Em discurso na Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) minimizou, na tarde desta terça-feira (19), a divulgação de um diálogo que ele teve com o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Gesivaldo Britto. O líder governista afirmou que não fez nada demais, apenas cumpriu seu dever como parlamentar mais votado em Camamu e solicitou a presença de um juiz para acompanhar a eleição suplementar ocorrida no dia 1° de setembro, na qual foi eleito a prefeito seu aliado Enoc Souza Silva (Patriota). A conversa entre os dois foi citada na decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou a Operação Faroeste que tem como objetivo desarticular um esquema criminoso de venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores do TJ-BA, corrupção ativa e passiva, lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico de influência.
“Por se tratar de uma eleição muito conturbada, uma eleição suplementar e, por conta disso, fiz a solicitação. Infelizmente, como havia essa investigação no Tribunal de Justiça se fez isso e alguém fez essa divulgação. Quero apenas prestar esclarecimento que fiz cumprindo o meu papel parlamentar e, como deputado da cidade, preocupado para evitar qualquer violência. Muito pelo contrário, eu não indiquei nenhum juiz, pedi apenas que colocasse um juiz especial, uma vez que o juiz da cidade estava de férias e se tratava do juiz substituto da cidade. Queria deixar isso esclarecido para não pairar qualquer dúvida em relação à atuação do nosso mandato parlamentar”, pontuou o petista. Entre os presos na força-tarefa deflagrada nesta manhã estão o presidente Gesivaldo Brito, e os desembargadores Maria do Socorro, José Olegário Monção Caldas e Maria da Graça Osório Pimentel Leal. Os dois últimos eram candidatos a presidir à Corte, mas com a operação a eleição prevista para ocorrer nesta terça acabou sendo cancelada.
A operação se baseia em um inquérito que revelou a existência de um esquema de corrupção praticado por uma organização criminosa integrada por magistrados e servidores da Corte, advogados e produtores rurais que, juntos, atuavam na venda de decisões para legitimar terras no oeste baiano. Além das prisões, mais de 200 policiais federais, acompanhados de procuradores da República, cumpriram 40 mandados de busca e apreensão em gabinetes, fóruns, escritórios de advocacia, empresas e residências dos investigados em Brasília e em quatro cidades baianas: Salvador, Barreiras, Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia. As informações são do Política Livre.