Acorda Cidade
Uma trabalhadora terceirizada da prefeitura de Feira de Santana prestou queixa na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), nesta segunda-feira (14), após, segundo ela, ser vítima de assédio já no primeiro dia de trabalho.
De acordo com a mulher, que não quis ter o nome revelado, em entrevista ao Acorda Cidade, que se dirigiu à secretaria onde iria trabalhar, juntamente com o marido, para pegar o fardamento e saber mais detalhes da função, quando começou a sofrer investidas de um dos diretores do local, responsável pela sua contratação, no momento da entrevista.
“Eu fui hoje (ontem, 14) pela manhã me apresentar no primeiro dia de trabalho pra pegar meu fardamento e saber o local que eu iria trabalhar. Chegando lá, procurei a menina e ela disse que a gente teria que se apresentar na sala do diretor, que disse pra gente pegar o fardamento e voltar à sala dele. A gente foi, pegou o fardamento e voltou. Quando ele estava me explicando como seria meu trabalho lá, meu esposo teve que sair da sala, então o diretor começou a me perguntar se eu tinha restrições, que se eu quisesse crescer na empresa não poderia ter. Ele apontou pra meu dedo e perguntou se eu tinha restrições com relação à aliança que eu uso, eu disse a ele que não estava entendendo. Ele disse que a dele não tinha restrições”, informou a mulher.
Ela afirmou que o diretor ainda a chamou para sair e questionou se o marido dela tinha acesso a seu celular, pois ele queria manter contato com ela por telefone.
“Ele disse que eu tinha que estar no trabalho às 7, mas que amanhã (hoje, 15) eu poderia chegar às 7h30, que ele queria me levar num horto pra conhecer uns jardins e de lá iriamos pra outro lugar mais íntimo, se eu era desbloqueada pra esse tipo de coisa, se eu toparia sair com ele. Ele ainda me falou que uma menina que trabalha com ele vai sempre pra congressos e saía com ele, e no momento que eles estavam juntos o marido dela sempre ligava e ele não queria que isso acontecesse. Ele me perguntou se meu esposo tinha acesso a meu telefone, se ele mexia no meu celular, pra ele poder conversar comigo pelo telefone”, revelou a trabalhadora emocionada.
O diretor, segundo a vítima, também tentou beijá-la e estava visivelmente excitado. “Eu pedi para sair da sala, e ele perguntou se antes poderia me dar um abraço. Ele me abraçou me apertando, encostando a parte íntima dele na minha e queria me beijar, eu virei o rosto e ele beijou no canto da minha boca. Eu saí da sala e disse a meu esposo que eu não queria mais trabalhar lá, que queria ir embora. Ele me perguntou o que estava acontecendo, eu falei com ele, e a gente ligou pra Polícia Militar, depois fui até a delegacia prestar uma queixa, e a delegada me perguntou por que a guarnição que nos atendeu não o levou até o local, até a Deam, e eu expliquei que eles não quiseram levar”, relatou.
Conforme a denunciante, a audiência foi marcada para o dia 22 de outubro. “Não quero mais trabalhar ali. Eu fico indignada, porque a gente pra ter um trabalho digno tem que passar por esse tipo de assédio”, desabafou.
O Acorda Cidade buscou contato com o diretor alvo das acusações. Ele negou as informações e disse que tudo não passa de uma perseguição política. Por questões jurídicas, os nomes dos envolvidos foram preservados.