Acorda Cidade
Os policiais civis decidiram entrar em greve durante uma assembleia a portas fechadas, na manhã desta quinta-feira (3) durante assembléia na Associação dos Funcionários Públicos do estado, na Avenida Carlos Gomes, em Salvador. De acordo com o diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Carlos Lima, os policiais só voltam ao trabalho após o governo apresentar presos na Corregedoria os agentes que executaram o colega Valmir.
Confirmando o que o diretor do Sindicato dos Policiais Civis do Interior, Joseval Costa, informou durante entrevista no programa Acorda Cidade, Carlos Lima afirma que o policial foi executado com tiros pelas costas pelos agentes da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE).
Carlos Lima apresentou uma ocorrência da Stelecom (Superintendência de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar) que registra a ligação de alguém que descreve a chegada de um veículo Renault Clio disparando contra o GOl VW do policial e que esta carro teria alguém debruçado sobre o volante. "Como um pessoa está sentada no banco e é troca de tiros? Isso não é troca de tiros", argumentou.
Os colegas acreditam que Valmir Borges Gomes, 54 anos, poderia ter sido preso sem a necessidade do uso da violência.De acordo com a Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Valmir, que fazia parte do Conselho Fiscal do Sinpoc, estava acompanhado de outras duas pessoas, numa viatura não padronizada.
Os três reagiram atirando quando foram abordados por uma equipe de investigadores da Delegacia de Tóxico e Entorpecentes (DTE), que foi ao local averiguar uma denúncia de extorsão. A denúncia foi feita diretamente à Corregedoria, que acionou a Polícia Civil. Foi relatado que policiais civis estavam exigindo dinheiro para não prender um jovem, que estava comprando lança perfume.
Nesta quinta-feira (4), outros dois agentes envolvidos na ação e que estavam em companhia de Valmir serão ouvidos na Corregedoria da Polícia Civil.
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PGE vai acionar a Justiça contra movimento grevista de policiais
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) vai acionar a Justiça contra a decisão tomada em assembleia dos policiais civis, nesta quinta-feira (3), de iniciar um movimento grevista. A decisão se fundamenta no fato de se tratar de uma ameaça de paralisação de serviço essencial à sociedade e por entender que o movimento não atende aos requisitos legais.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) esclarece que a população deve ficar tranquila, pois já foi montado um esquema especial, no qual delegados e agentes administrativos manterão suas atividades normais nas delegacias. Além disso, eles estarão trabalhando também nos postos dos circuitos do Carnaval, com o apoio de policiais militares.
O delegado geral da Polícia Civil da Bahia, Hélio Jorge Paixão, apela ao bom senso e conclama os policiais a manterem suas escalas de trabalho, não aderindo ao movimento grevista. “Nossos policiais sempre demonstraram profissionalismo e não realizam ações aventureiras. Os policiais civis entendem a importância do trabalho da Polícia na proteção do cidadão, garantindo a segurança e o bem estar da sociedade”, destaca.