Feira de Santana

Violência contra a mulher vem crescendo em Feira; dez mulheres pedem proteção à justiça por dia

Segundo Josailma Ferreira, o Centro de Referência Maria Quitéria recebe uma média de três novos casos diários de violência e ela acredita que seja um aumento considerável.

Acorda Cidade

Os números de mulheres espancadas mês a mês este ano em Feira de Santana não deixam dúvidas: a violência contra a mulher vem crescendo na cidade. Ontem (11) foi o Dia Nacional de Enfrentamento a Violência contra a Mulher e um seminário discutiu o assunto.

Josailma Ferreira é coordenadora do Centro de Referência Maria Quitéria, um dos equipamentos que atende as mulheres vítimas dessa violência em Feira de Santana. Segundo ela, durante o debate foi proposto tornar a rede itinerante no município, ou seja, com visitas também às comunidades e distritos.

“O evento foi muito positivo, estamos gratos pela participação da população e estamos de alma fortalecida para continuar nessa luta. Isso é muito importante. A rede é composta tanto pela rede de proteção e enfrentamento tanto como a rede de atendimento a mulher. A rede é forte, estruturada e estamos para combater a violência contra a mulher”, afirmou.

Segundo Josailma Ferreira, o Centro de Referência Maria Quitéria recebe uma média de três novos casos diários de violência e ela acredita que seja um aumento considerável.

“O número vem crescendo, mas a gente compreende que o aumento desse número se dá pelas denúncias, ou seja, as mulheres sabem que existe uma rede de proteção, que está atuante e elas se sentem mais seguras para denunciar”, afirmou.

Os dados de mulheres vítimas de violência vêm se refletindo nos pedidos de medidas protetivas. A coordenadora da Ronda Maria da Penha, tenente PM Edilene dos Anjos, acredita que os números crescem por conta da coragem das mulheres em denunciar os agressores.

“Por mais que a gente receba em média 10 pedidos de medidas protetivas por dia, é um número grande, mas isso demonstra que a mulher está denunciando mais. A mulher está tendo coragem de querer se libertar dessa violência doméstica, que não tem justificativa. A lei Maria da Penha é um instrumento jurídico muito importante e realmente está fazendo diferença. Tudo que se faz a favor da não violência doméstica é sempre válido e espero que tenhamos efetividade nesse trabalho”, afirmou.


  

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