Acorda Cidade
A relação próxima entre o fazer jornalístico e a escrita literária foi tema de uma Mesa de Conversa na sexta-feira (27) durante a 12ª Feira do Livro de Feira de Santana (Flifs). A mesa foi promovida pela Assessoria de Comunicação da Universidade Estadual de Feira de Santana (Ascom/Uefs) e teve a presença dos escritores e jornalistas Assis Freitas, Kátia Borges e Ricardo Ishmael, com mediação de Júlia do Monte, jornalista e assessora de comunicação da Uefs.
Foto: Dan Souza/Uefs
Durante a mesa os convidados discutiram as características que aproximam as duas profissões, descrevendo as singularidades entre realidade e ficção. Ricardo Ishmael que atua há 18 anos na Rede Bahia destacou que o jornalista encontra na literatura uma oportunidade de exercer sua subjetividade, e pode encontrar uma forma de expressar a verdade além dos fatos do dia-a-dia. “Há algo a ser exorcizado dentro de nós, nós vivemos tantas coisas, tantas histórias da vida real tão duras e tão bonitas, na literatura a gente pode dar a asas a isso”, disse.
Kátia Borges frisou a responsabilidade dos jornalistas em estar ativos na profissão, levando em conta a atual conjuntura política, e também apontou os diversos meios de exercer o jornalismo de forma ética e humanizada. Para ela, momentos como esses são importantes para discutir as motivações daqueles que escrevem. “A gente dá uma pausa na nossa profissão, seja de jornalista ou de escritor, para debater aquilo que nos motiva a continuar produzindo”. Kátia Borges é colunista do Correio e também curadora da 9ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica).
A aparente frieza do jornalismo atual também foi tema das discussões da mesa. Assis Freitas, que se declarou escritor antes de tudo, revelou que é necessário buscar na literatura uma forma de narrar os fatos com mais criatividade, apontando as trocas possíveis entre as duas formas de contar histórias, não deixando a doçura de lado.
A atividade contou com a presença de profissionais e estudantes de comunicação. “Eu não consigo dissociar a comunicação da literatura. Eu acho que as duas andam de mãos dadas, até porque a literatura é fundamental para a formação de qualquer sujeito. Para o comunicador, para o fazer diário da comunicação não há como negar a importância de ter uma visão mais ampliada, visão essa que só pode ser dada pela literatura, pelo conhecimento”, afirmou Jamil Souza, profissional de comunicação.
Esta foi a primeira vez que a Ascom da Uefs realizou uma Mesa de Conversa na Flifs e, de acordo com Júlia do Monte, a equipe pretende promover outros eventos que agreguem profissionais e estudantes de Comunicação.