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O motorista suspeito de atropelar dezenas de ciclistas , em Porto Alegre, na noite de sexta-feira, chegou à Delegacia de Delitos de Trânsito por volta das 12h desta segunda-feira (28). Ele chegou ao local na presença de dois advogados e escoltado por policiais.
Testemunhas dizem que o motorista ficou irritado porque as bicicletas estariam impedindo a passagem do veículo. Segundo o advogado Luís Fernando Coimbra Albino, o suspeito irá afirmar que agiu em legítima defesa, para garantir sua integridade física e de seu filho, de 15 anos.
– Ele afirma que os ciclistas quebraram o vidro do seu carro e começaram a chutar o carro, do lado em que estava seu filho, de 15 anos. Ele agiu em legítima defesa, para garantir sua integridade física e de seu filho. Ele achou que seria linchado e saiu para se salvar – diz o advogado ao G1.
Segundo o delegado Gilberto Almeida Montenegro, o suspeito não será preso, mas pode responder por tentativa de homicídio.
– Queremos ouvir o que ele tem a dizer. Já colhemos o depoimento de ciclistas e agora queremos saber a versão dele sobre os fatos. Caso seja comprovada sua responsabilidade, ele poderá responder por tentativa de homicídio. Mas temos 30 dias para a conclusão do inquérito e ele não será preso hoje porque o prazo do flagrante já se esgotou – explica Montenegro.
Nesta segunda-feira, com a expectativa da apresentação do suspeito, a Delegacia de Delitos de Trânsito amanheceu cercada de ciclistas, segundo o delegado.
– O advogado me ligou e eles estavam receosos, mas garanti a eles que haveria todo o tipo de proteção – afirma.
O atropelamento ocorreu na sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, em Porto Alegre. Nove pessoas foram levadas ao Hospital de Pronto Socorro da cidade. Todas foram liberadas sem ferimentos graves, segundo o hospital. O motorista fugiu do local sem prestar socorro. Inconformados, os ciclistas chegaram a fechar a avenida.
Mais de 100 ciclistas participavam do evento promovido pelo movimento Massa Crítica quando um carro entrou no meio do comboio derrubando dezenas de participantes. Para o grupo, que publicou em seu blog vídeos com depoimento dos ciclistas e imagens das bicicletas destruídas, o atropelamento foi considerado um crime e não um acidente. As informações são do O Globo