Feira de Santana

'Crianças estão fora da sala de aula nos residenciais do Minha Casa, Minha Vida', denuncia vereador

Segundo o vereador, vários residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida foram construídos, realocando famílias de alguns bairros para outros, porém não houve um planejamento na construção de novas escolas.

Acorda Cidade

Foi realizada nesta quinta-feira (5) uma audiência pública, para discutir a prestação da educação nos residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida, em Feira de Santana. O vereador Roberto Tourinho, que cobrou da Comissão de Educação da Casa da Cidadania essa audiência, afirmou ao Acorda Cidade, que o município desde o ano de 2011 não atinge a média do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e que somente construir algumas escolas não resolve o problema.

Segundo o vereador, vários residenciais do Programa Minha Casa, Minha Vida foram construídos em Feira de Santana, realocando famílias de alguns bairros para outros, porém não houve um planejamento na construção de novas escolas.

“Se Feira de Santana está abaixo da média do Ideb, é porque faltam projetos pedagógicos que contribuam para a melhoria da qualidade do ensino. Visito vários residenciais do Minha Casa, Minha Vida e tem me chamado atenção a grande quantidade de crianças que deveriam estar em sala de aula e que estão perambulando. Fomos informados pelos pais dessas crianças, que não estão sendo encontradas vagas disponíveis nas proximidades desses residenciais”, informou.

O vereador ainda citou vários exemplos. Um deles é o residencial Campo Belo, que fica no Campo do Gado Novo. “Esse residencial tem 3.612 moradores, são 111 blocos e 680 casas. Vizinho deste residencial está sendo entregue agora no mês de setembro o residencial Habitar do Sertão. São mais 360 casas, então se somarmos serão mais de 1200 casas. Lá só existe uma escola próxima e ela já não atendia a demanda dos moradores antigos, quanto mais de todos esses novos moradores”, disse.

Outro exemplo citado por Roberto Tourinho é o residencial Viver, no Alto do Rosário. Segundo ele, esse residencial envolve as comunidades do Rosário, Conder, Parque São Jorge, Rio São Francisco, Santa Barbara e outras unidades e boa parte das crianças estão sem estudar.

“Algumas estão estudando em uma chácara, que o município há três anos colocou enquanto estaria sendo construída uma nova escola. Porém as crianças ainda estão lá e muitas abandonam os estudos”.

O residencial Parque dos Coqueiros é o terceiro exemplo que o vereador levou até o plenário da Câmara. Segundo ele, esse é um dos mais distantes do centro de Feira de Santana, mas por não ser considerado zona rural, as crianças não têm direito ao transporte. “Elas tem que ir estudar em escolas dos bairros Pampalona, Campo Limpo, Asa Branca. Os pais dessas crianças, na sua maioria, não tem o dinheiro para pagar para elas irem para escola. Quando a gente vai lá encontra uma grande quantidade de crianças, correndo, brincando e pulando ao invés de estarem na escola”, afirmou.

O vereador Roberto Tourinho destacou que o município deve buscar atender principalmente aos residenciais, pois há um grande número de crianças que não estão estudando. Além disso, ele afirmou que existem outros problemas como ruas sem CEP. “A responsabilidade é da prefeitura de nominar as ruas e mandar para os Correios. As pessoas não podem comprar pela internet, pois não tem como receber nada pelos Correios”.

Em relação aos questionamentos do vereador Roberto Tourinho, a Secretaria Municipal de Educação esclareceu, através de nota enviada ao Acorda Cidade, que oferece um percentual de vagas superior ao determinado pelo Governo Federal. Para as localidades onde foram construídos condomínios Minha Casa Minha Vida, a orientação é oferecer 30% para creches e pré-escola e 100% para o Ensino Fundamental.

Em Feira de Santana, a Seduc cobre o percentual de 60% da demanda de creche, (Grupo 3, 3 anos), e 84% para Pré-escola (G4 e G5, 4 e 5 anos, respectivamente); e 100% para o Ensino Fundamental 1 – do 1º ao 6º ano. Isto em um raio menor que o estabelecido pelo governo federal, no raio de 1,5km. 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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