Saúde

Pneumologista fala sobre a asma e suas consequências para a saúde

O médico pneumologista do Programa Municipal de Controle de Tuberculose, Augusto Freitas Filho, falou as causas da asma.

Laiane Cruz e Ney Silva

Doença respiratória que afeta cerca de 235 milhões de pessoas no mundo, sendo 20 milhões de brasileiros, e pode levar à morte em questão de minutos, a asma vitimou recentemente a atriz, escritora e roteirista Fernanda Young.

O médico pneumologista do Programa Municipal de Controle de Tuberculose, Augusto Freitas Filho, falou as causas da asma.

“A asma é uma síndrome alérgica, que acomete os brônquios, ou seja, os brônquios de uma pessoa que tem asma são hiper-reativos a uma série de fatores chamados alérgenos, que podem se encontrar nos poluentes atmosféricos, domiciliares, principalmente um micro-organismo chamado ácaro e essa sensibilidade brônquica é específica de cada pessoa”.

Tipos

De acordo com o médico, existe asma leve, moderada e persistente. Ele explicou que a asma é uma síndrome, que deve sempre ser tratada e acompanhada, porque é quase sempre um problema de evolução crônica.

“Há pessoas que têm asma na infância e nunca mais vão ter crises. Tem aquelas que levam da infância até a idade adulta, no decorrer da vida. Cada caso é um caso. O perfil do paciente é estudado e hoje, felizmente, existe tratamento muito eficaz para a asma. Tem a asma com aquelas características clássicas, que são o aparecimento da falta de ar e ocorre geralmente na criança pequena, acompanhada de rinite, levando àqueles casos de chiado no peito, aquele bebê que é chamado de chiador. Essa asma clássica difere de outros tipos, como a asma ocupacional, que é quando o paciente nunca teve o problema na infância e de repente vai fazer uma atividade, na qual se expõe a poluentes, produtos químicos, e desencadeia uma reação brônquica”.

O pneumologista destacou que filhos de pais alérgicos têm uma probabilidade maior de possuir a asma, que pode acontecer em qualquer idade desde que haja um fator que faça com os brônquios reajam a um alérgeno.

“A asma não tem uma medicação que a pessoa vai tomar e ficar curada. O que a gente vê são pessoas que tiveram asma no passado e nunca mais tiveram crises. Pessoas que tiveram asma durante um período muito longo e por alguma razão não tiveram mais crise”, disse.

Doença pode levar à morte

“A asma pode sim levar à morte”, declarou o médico. “Não há uma frequência muito grande, mas todo pneumologista já se defrontou com um paciente que veio a óbito. Isso pode acontecer por vários fatores: primeiro tem a asma persistente e uma crise tem que ser prontamente atendida, porque há um broncoespasmo e todos eles se fecham. Isso ocasiona um fluxo pulmonar inadequado e o oxigênio diminui.

O paciente pode entrar em pouco tempo num quadro de insuficiência respiratória e precisar de atendimento urgente”, informou.

Outros fatores que também podem contribuir com o óbito, conforme o especialista, são as comorbidades. “Tem pessoas com algum outro fator ou doença, que faz com que uma crise de asma se torne mais grave ainda. É o que acontece com um cardiopata, um tabagista, um portador de doença pulmonar obstrutiva crônica, na qual se caracteriza uma efizema pulmonar. Então juntam esses fatores e a asma pode se tornar muito perigosa. E em relação a essa crise pode sim se complicar”, salientou.
 

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