Brasil

Suspeito de atirar contra estudante da FGV é detido

Família do jovem afirma que ele estava em casa no momento do crime

Acorda Cidade

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã desta sexta-feira, na região do Sacomã, na zona sul de São Paulo, um dos suspeitos de atirar contra os estudantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na última quarta-feira. Os estudantes estavam no bar com amigos quando criminosos atiraram em direção a Christopher Akiocha Tominaga, de 24 anos, e seu colega de curso, Júlio César Grimm Bakri, que morreu antes de chegar ao hospital.
De acordo com a polícia, o suspeito está detido passando por exame residuográfico para confirmar a presença de sinais de pólvora nas mãos. O jovem também estaria com um machucado na perna. Nas imagens divulgadas por uma câmera de segurança, após os disparos, um dos homens sai correndo mancando e cai duas vezes.

A mãe, a noiva, um cunhado e um amigo do jovem estão na delegacia para acompanhar o depoimento. Segundo eles, o jovem estava em casa e com a família no momento do crime, em um encontro religioso, e não tem envolvimento com o caso.

O corpo de Júlio César Grimm Bakri, de 22 anos, aluno do 4º ano de Administração de Empresa na Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi cremado na manhã desta sexta-feira, no cemitério da Vila Alpina, na zona leste de São Paulo. Segundo um parente do estudante, presente no velório, Júlio César era um rapaz calmo e excelente aluno. "A família não faz ideia do que aconteceu", afirmou ao iG.

Júlio César foi atingido por cinco tiros quando estava em um bar ao lado da faculdade, na Bela Vista, região central de São Paulo, e morreu antes de chegar ao hospital. Christopher Akiocha Tominaga, de 23 anos, que estava com Júlio na mesma mesa, recebeu quatro tiros, tendo o rim esquerdo perfurado e a perna direita atingida. Ele passou por cirurgia e está em estado grave, mas estável, na UTI do Hospital das Clínicas.

Na noite de quinta-feira, cerca de 10 amigos e 20 familiares velaram o corpo do estudante. Segundo um parente que preferiu não se identificar, Júlio César nunca se envolveu com drogas ou com brigas. Ao falar sobre as caracteristicas do jovem, ele descreveu a vítima como "acanhado", mas contou que sempre teve "muitos amigos".

Júlio César se mudou de Curitiba, onde moram os pais, para São Paulo depois de passar no concorrido vestibular da FVG.  Filho de mãe de origem alemã e de pai de origem libanesa, Júlio morava sozinho e era sustentado na capital paulista pela família. Ele tinha um irmão e uma irmã. "Os pais estão inconsoláveis. Não devem acompanhar a investigação. Eles devem voltar para Curitiba amanhã (sexta-feira), após a cremação do corpo", afirmou o parente, durante o velório na quinta-feira.

Segundo testemunhas, os criminosos chegaram em uma moto preta, desceram sem tirar o capacete e entraram no bar, na Avenida Nove de Julho. Instantes depois, saíram com as armas em punho e abriram fogo contra as vítimas – uma das armas era uma pistola ponto 45, de uso exclusivo do Exército. Três estudantes que também estavam na mesa se refugiaram no bar.

O delegado Ricardo Prezia, do 4º Distrito Policial, na Consolação, conversou com amigos das vítimas e o dono do estabelecimento – todos disseram que os estudantes não aparentavam ter inimigos. Na delegacia, o irmão de Tominaga contou que o rapaz se envolveu há cerca de um mês numa briga em um bar no Bexiga, também na região central, após desconhecidos provocarem sua namorada.

"Pelas características do crime, foi uma execução. Mas vamos apurar se o alvo eram eles mesmos, pode ter havido um erro", disse o delegado. Até o momento, ninguém foi preso.

A Fundação Getúlio Vargas suspendeu as aulas nesta quinta-feira por conta da morte do aluno. Nesta sexta, a faculdade voltou a funcionar normalmente, de acordo com a assessoria de imprensa.

As informações são da Agência Esatado

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