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João de Deus deixou o presídio nesta sexta-feira (23) para fazer um exame em um hospital de Aparecida de Goiânia. Ele é acusado de vários abusos sexuais durante atendimento religiosos. Segundo a defesa, o procedimento foi feito após o réu reclamar de tonturas devido a quedas dentro da cadeia.
“Foi solicitada a tomografia por conta da última queda que ele sofreu agora no início desse mês e bateu a cabeça. Depois disso ele começou a sentir muitas tonturas, fraquezas, então o médico decidiu pedir para saber se foi algo vinculado à cabeça pela queda ou se pela própria deterioração do estado de saúde dele”, disse o advogado Anderson Van Gualberto de Mendonça.
O preso chegou escoltado ao Hospital São Silvestre às 9h25 para fazer uma tomografia computadorizada. Ele fez o exame e deixou a unidade cerca de 20 minutos depois.
A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou que ainda aguarda a notificação da defesa do João de Deus sobre as reclamações que ele apresenta para que possa ter conhecimento formal e tomar as providências cabíveis.
Em julho, a Justiça determinou que o preso pudesse receber visitas médicas dentro do presídio. A DGAP disse que está obedecendo a decisão judicial e que o acompanhamento é feito com agendamento junto à instituição.
Prisão
João de Deus está preso desde 16 dezembro de 2018. Ele sempre negou que tivesse abusado sexualmente de mulheres e adolescentes que o procuravam na Casa Dom Inácio de Loyola para atendimentos espirituais.
Em março, João de Deus foi levado para um hospital de Goiânia. Ele ficou mais de dois meses internado com um aneurisma no abdômen. Por determinação da Justiça, voltou ao presídio em 6 de junho, onde está desde então.
A defesa dele vem tentando que ele seja transferido para a prisão domiciliar, mas teve o pedido negado diversas vezes. A mais recente foi no dia 8 de agosto.
Processos
Ao todo, o Ministério Público de Goiás ofereceu 11 denúncias contra João de Deus, sendo nove por crimes sexuais:
Cinco por crimes sexuais: algumas delas já com audiências judiciais realizadas.
Uma por crimes sexuais, corrupção de testemunha e coação: ainda não teve audiência;
Uma por crimes sexuais e falsidade ideológica: em fase de citação (comunicação ao réu);
Duas por posse ilegal de armas de fogo e munição: já tiveram audiências realizadas.
Fonte: G1