Ney Silva
A exposição realizada no Museu de Arte Contemporânea, no período de 24 de maio a 18 de junho, que gerou polêmica com abertura de inquérito policial a pedido do vereador Edvaldo Lima, não teve como tema principal a sexualidade, segundo informou ao Acorda Cidade o professor Mike Sam Chagas da escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e autor dos quadros expostos na exposição.
Segundo o professor, a temática da exposição foi variada, com o foco principal voltado para cores e formas. “São dois elementos essenciais com que os pintores, desenhistas trabalham nas suas obras. A exposição se chama Chroma Skema, que significa exatamente cor e forma em grego, ela tem como intuito um diálogo sobre esses dois elementos dentro do nosso trabalho”, explicou em entrevista ao Acorda Cidade.
Mike Sam Chagas afirmou que a expedição contou com aproximadamente 40 obras de vários artistas e dentro desse número houve um detalhe que havia um caráter mais erótico.
“Nem era a intenção ser um trabalho erótico, pois o trabalho em questão, cuja autoria é minha, trabalha com três temas, que são os jogos eletrônicos, as paisagens e a figura humana. Dentro do tema da figura humana tinha alguns nus e algumas cenas eróticas, mas isso é um detalhe pequeno dentro de um universo tão grande que foi essa exposição”.
O autor das obras destacou ainda os diretores e monitores do Museu de Arte Contemporânea foram muito cuidados na montagem da exposição e colocaram esse trabalho de uma maneira não agressiva ao expectador.
“Nesse trabalho o expectador tem a opção de esconder um dos lados, então tem três temas, um deles sempre vai estar escondido. Quando a gente fez a montagem da exposição, o tema que a gente sempre deixou escondido foram os que tinham algumas cenas com caráter erótico. Até por esse cuidado, o museu teve que fazer a montagem de uma maneira que não agredisse o expectador”, afirmou.
Classificação
O professor Mike Sam Chagas explicou ainda que quando a exposição já havia terminado e já estava sendo desmontada, foi feito um vídeo mostrando as peças fora do contexto principal e sem o aviso de faixa-etária.
“O vídeo não refletia a expografia que foi pensada, inclusive, os avisos de faixa-etária, já não estavam lá. Isso tudo deu uma impressão errada de que toda a exposição tratava de pornografia e sexualidade, quando isso não procede”, frisou.