Andréa Trindade
Os hospitais particulares de Feira de Santana vão suspender o atendimento de emergência para as pessoas conveniadas com planos de saúde, a partir do dia 1ª de março.
De acordo com a médica Iracema Brandão, presidente da Associação das Clínicas e Hospitais, os cirurgiões gerais que prestam atendimento decidiram que não vão trabalhar em escala sobreaviso, sem a remuneração exigida.
“A alegação dos cirurgiões é que eles se expõem a uma situação de urgência e até alguns já foram assaltados ao sair de casa. Eles decidiram que precisam ser remunerados por isso”, explica a diretora lembrando que os planos de saúde não aceitam remunerá-los e que há mais de sete anos não há reajuste de tabela.
A presidente acredita que esta situação é negociável, segundo ela, basta que os planos de saúde assumam o ônus.
“Os planos de saúde não querem assumir o que pertence a eles. Nós sabemos que os planos estipulam os lucros para eles, para os médicos e para as instituições de saúde. O lucro deles não pode diminuir”, observa.
De acordo com Iracema Brandão, o valor que um cirurgião recebe por uma consulta médica ou por uma cirurgia varia a depender do plano de saúde. Há, por exemplo, cesariana que custa R$150 e cirurgia de hérnia de disco ou apendicite que custa R$ 52.
PROCON
O diretor do Procon de Feira (Coordenadoria Municipal de Defesa do Consumidor de Feira de Santana – Codecon), Rafael Pinto Cordeiro, afirmou que a suspensão do atendimento de urgência não deve ser feita e vai agir de forma repressiva, caso a suspensão de concretize.
Na próxima quinta-feira (24) haverá uma reunião entre o Procon e representantes da Associação dos Hospitais da Bahia e do Ministério Público da Bahia.