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Um DJ, a mulher dele e um amigo estão entre os quatro presos na terça-feira (23) na operação que investiga a invasão do celular do ministro Sergio Moro.
Os dois homens são de Araraquara, no interior de São Paulo, se conhecem desde a infância e têm passagens pela polícia, de acordo com o portal A Cidade ON de Araraquara, do grupo EPTV, afiliada da TV Globo. A terceira pessoa é a mulher de um deles, que também morou em Araraquara.
Quem são os suspeitos presos
Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos
Foto: Reprodução/EPTV
Era DJ e já foi preso por receptação e falsificação de documentos. Ele foi condenado em 2015 a cumprir seis anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto. Na terça-feira, foi preso em um apartamento em São Paulo junto com a mulher. A família dele mora no bairro Selmi Dei, periferia de Araraquara. A defesa de Santos informou não acreditar que ele esteja envolvido nos crimes.
Suelen Priscila de Oliveira
Mulher de Gustavo, Suelen não tinha passagem pela polícia. Ela foi presa em São Paulo junto com o marido. A defesa informou não acreditar no envolvimento dela nos crimes.
Walter Delgatti Neto, de 30 anos
Foto: Reprodução/EPTV
Mais conhecido como Vermelho, Neto foi preso em 2015 por falsidade ideológica e em 2017 por tráfico de drogas e falsificação de documentos. Ele já foi condenado por usar o cartão de crédito de outra pessoa, tráfico, estelionato e falsificação. Nesta terça, ele foi preso em Araraquara. A defesa dele não foi localizada para comentar o assunto.
Ações da PF em 4 cidades
Além dos mandados de prisão temporária que a PF cumpriu na terça-feira, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços relacionados aos supostos hackers e a pessoas que teriam atuado em conjunto com eles.
De acordo com a PF, os mandados foram executados nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto. A autorização foi dada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
Prisões e condenações anteriores
2013: Santos preso por receptação
Gustavo Henrique Elias Santos tinha sido preso em 2013 por ter receptado uma caminhonete Hillux avaliada em R$ 91 mil. As placas e o documento do veículo foram alterados para que ele pudesse circular. Na ocasião, foram apreendidas na casa dele munições calibre 38 e 735, além de simulacros de armas reais
A defesa entrou com recurso ele foi liberado. Em 2015, foi julgado e condenado a cumprir seis anos e seis meses de reclusão em regime semiaberto, mas a defesa recorreu em instância superior e Santos permaneceu solto.
2015: Delgatti e Santos detidos em parque
No mesmo ano da condenação de Santos, ele e o amigo Walter Delgatti Neto foram detidos dentro de um parque temático em Santa Catarina. Na ocasião, Santos foi ouvido e liberado. No entanto, Delgatti Neto ficou preso por falsidade ideológica, por ter apresentado uma carteira vermelha com as inscrições da Polícia Civil. Dentro do carro dele havia uma arma e munições.
2015: Delgatti condenado por uso de cartão
Em agosto de 2015, Delgatti foi condenado a um ano de prisão em regime aberto por ter pagado a conta de um hotel em Piracicaba (SP), no valor de R$ 740, com o cartão de crédito de um senhor de 75 anos. O crime tinha sido cometido em 2012.
2017: Delgatti preso por tráfico e falsificação
Em abril de 2017, Delgatti foi preso novamente, desta vez por tráfico de drogas e falsificação de documentos. Com ele foram apreendidos comprimidos de um medicamento com venda proibida, além de uma carteirinha de estudante de medicina da USP com a foto dele e dados pessoais de outra pessoa.
Delgatti acabou sendo condenado outra vez a dois anos de prisão pela falsificação e por tráfico.
2018: Delgatti condenado por estelionato
Em fevereiro do ano passado, Delgatti também foi julgado por envolvimento em um estelionato cometido em março de 2015. Na época, ele teve acesso a um cartão bancário furtado de um escritório de advocacia.
Com o cartão, Delgatti fez uma série de compras, incluindo poltrona, cabeceira de cama e roupa de cama. Ele foi condenado a um ano e dois meses de prisão em regime semiaberto.
Operação da PF
O operação que prendeu os quatro suspeitos de envolvimento na invasão do celular de Moro foi batizada de "Spoofing". Segundo a PF, o termo se refere a uma "falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa, fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é".
O objetivo, informou a PF, é "desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos".
Em Araraquara, o advogado de defesa de Santos afirmou que os policiais federais de Brasília foram até a casa da mãe dele, no bairro Selmi Dei, em busca de provas, como documentos, mídias, pen drives, celulares e aparelhos de computador.
"Vasculharam toda a residência e nada foi levado. Essa é a informação da mãe do meu cliente", afirmou o advogado à EPTV.
Também foram feitas buscas na casa da avó de Delgatti Neto, no bairro Vila Xavier. Ele não estava no local e não há informações sobre apreensões na casa.
Inquéritos
A Polícia Federal já instaurou quatro inquéritos para investigar o vazamento de mensagens do celular do ministro da Justiça. A PF também abrirá investigação para apurar suposta invasão do celular de outro ministro, Paulo Guedes (Economia).
No caso de Moro, os investigadores trabalham com a hipótese de uma ação orquestrada. Há a suspeita de que a invasão do celular do ministro tenha sido planejada.
Os investigadores estão colhendo indícios sobre a autoria, sobre quem teve acesso de forma ilegal a conversas privadas do ministro e sobre o método utilizado pelos hackers.
Fonte: G1