Abandonada, obra do Centro de Convenções se arrasta há anos sem previsão para ser retomada

^{Andrea Trindade}

Quando foi anunciado em 2003, a população de Feira de Santana não imaginava que o Centro de Convenções passaria anos com obras paradas, sendo destruídas pelo tempo, e com orçamento e projeto obsoletos com o passar dos anos. Há poucos dias um muro lateral que cerca o empreendimento caiu – uma das consequências da situação de abandono em que as obras se encontram, revelando um pouco mais o matagal que a cerca e as edificações se deteriorando pela ação do tempo. O local também está servindo de abrigo para marginais e, além, disso, estão furtando materiais da obra.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A obra é do Governo do Estado que firmou um convênio com a Prefeitura Municipal de Feira de Santana para repassar a verba da atualização do projeto. O convênio firmado no ano passado fez reacender as esperanças de que dessa vez a obra iria andar, mas novamente ficou por isso mesmo.

Ao Acorda Cidade o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) informou que que “o projeto continua em desenvolvimento e a última parcela do convênio será efetuada, quando o projeto for concluído pela empresa contratada pela Prefeitura de Feira de Santana”.

O prefeito Colbert Martins Filho, por sua vez, informou que está aguardando a parcela ser paga para repassar para a empresa contratada.

“Fizemos um convênio com o Governo do Estado no ano passado para o estado pagar a atualização dos projetos. O governo do estado mandou 30 mil reais em julho do ano passado e de lá para cá não mandou mais nenhum centavo e quem está devendo agora é Feira de Santana. Eu já pedi o repasse do pagamento, porque esse repasse é obrigação do governo do estado, para que eles possam cumprir o compromisso que foi assumido com eles mesmos. Essa renovação do projeto deve estar em torno 100 ou 150 mil reais, e cerca de 22 milhões de reais é a obra total”, informou o prefeito ao Acorda Cidade.

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

Ele confirma que o cronograma da obra está atrasada e ressalta que a verba precisa ser repassada para dar continuidade a construção.

“Está tudo atrasado, o governo da Bahia não passou mais nenhum centavo, o secretário Carlos Brito, já ligou para a Conder avisando que se o governo do estado permanecer nessa linha de não repassar o recurso, nós vamos romper o convênio e devolver para o governo do estado resolver da maneira que quiser. E o estado terá que pagar R$ 22 milhões que é a previsão de obras para a previsão e equipamento do teatro e do centro de convenções. A prefeitura colocou vigilante temporariamente, porque ali é reponsabilidade do governo do estado. O que nós fizemos foi fazer um convênio para pagar a empresa sergipana que fez o projeto. Essa foi apenas a nossa responsabilidade. A responsabilidade pela manutenção do equipamento, pela garantia e pela segurança é toda do governo do estado da Bahia. A prefeitura não tem responsabilidade nenhum com o centro de convenções", concluiu.

O projeto do Centro de Convenções é de grande importância para a cidade de Feira de Santana, se for inaugurado poderá atrair grandes eventos para a cidade, principalmente para o fomento de atividades culturais, de negócios e, consequentemente, do turismo. O empreendimento prevê a criação de um moderno complexo de negócios e lazer, com um grande teatro e salas para exposições e palestras.

Obra se arrasta há anos

Em 27 de abril 2012 saiu no Diário Oficial do Estado uma licitação com investimento estimado R$ 12 milhões, com foco principal na construção do teatro. A licitação também previa além de limpeza de terreno, conclusão das fundações de edificações periféricas e isolamento do Centro de Convenções; paredes e painéis de vedação (acústica), impermeabilização das áreas descobertas, revestimentos de paredes internas, externas e do teto; forros, pinturas, infraestruturas de cenotecnia (tecnologia liga às artes cênicas) e sistema de ar condicionado do teatro; urbanização; instalações elétricas, instalações de combate a incêndio e instalação de gás GLP, dentre outras ações.

Em 2015 o Acorda Cidade acompanhou uma visita técnica, na oportunidade, o então diretor-geral da Superintendência de Construções da Bahia (Sucab), José Anchieta, informou que falta verbas de emenda e atrasos nos pagamentos fizeram com que a obra se arrastasse por anos.