Acorda Cidade
O sumiço de espécies de peixes, crustáceos e de organismos aquáticos no Rio Jacuípe pode estar associado à poluição por contaminantes emergentes – remédios, que são descartados nas águas pluviais e até mesmo na estação de esgotamento sanitário. A observação é do chefe do Departamento de Educação Ambiental da Semmam (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Naturais), João Dias.
Segundo ele, o descarte de antibióticos, alguns antidepressivos, analgésicos e hormônios nos corpos hídricos pode está causando a feminização – características femininas em peixes machos.
“Existe uma preocupação da Prefeitura quanto à contaminação dos rios no município. Por falta de tratamento adequado do esgoto sanitário, que na Bahia é operado pela Embasa, várias espécies de peixes e crustáceos podem desaparecer como já está sendo observado no Rio Jacuípe”, afirma João Dias.
O chefe do Departamento de Educação Ambiental aponta o sumiço de Acará Bandeira, Peixe Moreira, Matrinchã, Leandrin, além do maior bagre dos rios Paraguaçu e Jacuípe, o Patiapá, assim como o Pitu Pilão e o Pitu. “A contaminação dos corpos hídricos por medicamentos atinge tanto a população urbana quanto rural. É uma situação preocupante e o Governo do prefeito Colbert Filho está atento ao problema”, salienta.
O educador ambiental ressalta a importância em evitar o descarte de esgoto in natura nos mananciais, bem como a população não fazer uso de medicamentos sem a prescrição médica – principalmente os antidepressivos, antibióticos e anticoncepcionais. “No Brasil já existe uma pesquisa em andamento, no Rio Grande do Sul, que associa o sumiço de peixes no Estado por contaminação dos rios”, destaca.
Ainda de acordo com João Dias, a mudança de comportamento de espécies de pássaros, que vem sendo notada, também pode estar associada aos contaminantes emergentes. Outro problema apontado é o das superbactérias.
“Todo corpo hídrico tem bactérias. No entanto, quando essas bactérias entram em contato com parte do princípio ativo dos medicamentos, que não é absorvido pelo organismo do homem, no momento que elas forem se reproduzir a sua descendência se tornará uma superbactéria”, explica ressaltando que “as superbactérias matam atualmente 1 milhão de pessoas no mundo”.