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A Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) publicou uma pesquisa mostrando que o crescimento de candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) abriu um novo nicho no mercado de cursos EaD: o de preparação para a prova pública. Se em 2016 existiam oito cursos livres a distância que ofereciam conteúdo de preparação para o Enem ou vestibulares, no ano seguinte, eles foram para 1.130.
Os custos baixos dos cursos EaD foram um dos principais fatores para o crescimento de matrículas nesta modalidade no ano passado, salienta a vice-presidente da Abed, Vani Kenski. "O ensino a distância hoje é a opção educacional de mais baixo custo para os estudantes", explica.
O Enem é uma das provas mais concorridas do país, mas tem dados irregulares desde 2015: o Ministério da Educação (MEC) divulgou no ano passado que o número de candidatos que pediram isenção da taxa de matrícula do exame caiu 19% em relação ao ano passado, indo de 4,7 milhões de pessoas em 2017 para 3,8 milhões em 2018.
O exame é tão aguardado pelos estudantes de ensino médio brasileiro porque dá acesso a cursos universitários em instituições de ponta do país, em um processo que acontece de três formas: por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) ou do Programa Universidade para Todos (ProUni). Este último vai ofertar 169.226 bolsas de estudos em instituições particulares de ensino superior, sendo 68.087 bolsas integrais e 101.139 parciais, no segundo semestre de 2019. Ao todo, participam desta edição 1.100 instituições.
Uma das dicas de como estudar para o Enem, principalmente para a prova de Humanas, é ler. Professores sugerem que a preparação para o redação siga três pilares: o primeiro é a prática de escrever e ler, seja por meio de jornais, revistas ou livros. O ideal é a realização de ao menos uma redação por semana durante o período de espera para o teste. O segundo é manter a simplicidade. "O texto deve ser objetivo e claro, sem palavras rebuscadas e difíceis ou ironias e sarcasmos", orientou o coordenador pedagógico do Colégio Mopi, no Rio de Janeiro, Luiz Rafael Silva, em entrevista à revista Nova Escola.
O terceiro, enfim, é manter uma estrutura textual coesa: um texto é dissertativo-argumentativo deve ter introdução, desenvolvimento e conclusão, em que os argumentos se organizam e se sucedem. A redação é importante porque a menção obtida nela corresponde a 20% da nota total do exame. Nesse ponto, as formalidades que uma redação deve possuir contam na hora da correção. "Você deve ser direto, claro e objetivo em sua proposta. Atente-se aos seguintes pontos: regência nominal e verbal, pontuação, flexão de nomes e verbos, grafia, acentuação, pronomes e divisão silábica", salientou Silva.
Há aplicativos também para as práticas de leitura, os testes de Língua Portuguesa e a própria realização da prova: um deles é o Ler Mais Rápido, que ajuda o candidato a ler cada questão no período de três minutos ー tornando o tempo um recurso muito valioso. Outro é o Nova Ortografia, que disponibiliza conteúdo teórico sobre as mudanças no Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, obrigatório desde janeiro de 2016.