Daniela Cardoso
O diretor médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Clériston Andrade, o cirurgião José Luiz de Jesus Araujo Junior, falou sobre a superlotação na unidade de saúde. Segundo ele, casos de dengue e viroses são responsáveis pela superlotação, além de outros fatores.
“Entendo que alguns fatores são responsáveis por essa grande demanda. Uma é a sazonalidade dessas viroses que estamos passando, muitos pacientes também estão chegando com quadro de dengue e eles precisam de uma atenção especial. Eles não podem ser liberados sem uma avaliação criteriosa, sem fazer exames de sangue e isso demora um pouco. Ainda têm as outras viroses diversas como o H1N1, gripe, as doenças alérgicas do momento. Além do fato de por ser a UPA de maior capacidade de atendimento, as pessoas procuram mais do que as policlínicas próximas de onde moram”, explicou.
Segundo José Luiz de Jesus Araujo Junior, a UPA do Clériston é a unidade de atendimento hospitalar de maior suporte em Feira de Santana, com três clínicos durante o dia, dois pediatras, um cirurgião e um ortopedista, além de recursos diagnósticos 24hs, laboratório, eletrocardiograma, sala vermelha com quatro leitos com monitor e com ventilador mecânico. Ele destaca que a estrutura da UPA é a de maior suporte da cidade, perdendo apenas para o Hospital Geral Clériston Andrade.
Atendimentos de casos de dengue
Notificados e confirmados, são em torno de 300 a 400 casos de dengue, de acordo com o diretor José Luiz de Jesus Araujo Junior. Ele afirma que esses números são subnotificados em virtude das pessoas que não procuram atendimento nas redes de saúde. Mas lembra que é um número que vem sendo controlado pela equipe de saúde do estado.
“Já foram feitas diversas reuniões, procuramos dá atenção aos pacientes com dengue e estamos na perspectiva de que nos próximos meses isso se resolva e os números diminuam”, afirmou.
Suspensão nos atendimentos
O diretor médico da UPA do Clériston informou que todo paciente que chega a unidade passa por um acolhimento, que é feito em dois postos com enfermeira, onde classifica o paciente por risco. A partir daí os pacientes são encaminhados para atendimento médico. Só que em virtude da demanda excessiva de atendimento, ele explicou que chega um momento que não tem mais estrutura para acomodar esses pacientes e a UPA tem um plano de contingência, onde uma equipe multidisciplinar é acionada, são enviados emails para regulação e é mobilizada toda a estrutura para que os pacientes que estão na unidade sejam encaminhados para alta ou transferidos para outras unidades.
José Luiz de Jesus Araujo Junior ressaltou que esse plano de continência só é acionado quando a UPA alcança sua superlotação e não existe mais capacidade de acolher novos pacientes. Ele acrescentou que a UPA do Clériston registra mais de 10 mil atendimentos por mês, para diversas especialidades, sendo uma média por dia de 500 atendimentos.
“A nossa estrutura é muito bem equipada, inclusive, para que a gente possa otimizar esse atendimento, foi aumentado o quadro clínico. Na verdade nós não fechamos as portas. Os pacientes quando chegam e nós não temos como acolher por falta de espaço físico, eles são orientados, dependendo da gravidade. Os verdes, por exemplo,são encaminhados para as policlínicas próximas as suas casas ou outras UPAs do município”, afirmou.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade