Feira de Santana

Adolescente indígena que luta contra o câncer sonha em conhecer jogador do Palmeiras

A paixão de Kauã pelo futebol é um dos motivos que o faz persistir na batalha contra o câncer e acreditar que será vencedor nesse campeonato da vida.

Rachel Pinto

Kauã Andrade Nascimento tem 14 anos, é natural de Porto Seguro, faz parte da tribo indígena Pataxó e está vivendo em Feira de Santana há alguns meses para realizar o tratamento contra a leucemia. Ele fica hospedado na Associação de Apoio à Pessoa com Câncer (AAPC) em companhia da mãe e semanalmente faz sessões de quimioterapia. Um pouco tímido, Kauã é reservado e não gosta muito de chamar a atenção. No entanto, não consegue esconder a sua paixão e amor pelo futebol. Antes de descobrir a doença ele chegou a jogar no SUB 14 do Bahia e sonha em um dia conhecer o atacante Dudu do Palmeiras, seu time do coração.

Essa paixão de Kauã pelo futebol é um dos motivos que o faz persistir na batalha contra o câncer e acreditar que será vencedor nesse campeonato da vida. Sua mãe, a índia Taís Andrade conta, que desde muito pequeno o filho começou a se identificar com o esporte e ao perceber sua afinidade, ela e o pai de Kauã o matricularam em uma escolinha de futebol.

Com 11 anos de idade ele começou a viajar para jogar e morou inclusive durante um ano no Rio de Janeiro. Depois foi convidado para jogar no SUB 14 do Bahia e nesse período a leucemia começou a dar os primeiros sinais. Ele passou a sentir fortes dores no joelho, não pode mais jogar e então retornou para Porto Seguro ainda sem um diagnóstico fechado.

Segundo Taís, o adolescente ficou muito fraco, debilitado e a família não sabia o porque de tantas alterações na saúde de Kauã. Em seguida veio a confirmação do câncer e também o momento em que ele começou a desistir de viver.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Demorou até saber o diagnóstico e ele não sabia qual era o significado da palavra leucemia. Achava que ia tomar uma medicação e logo ia ficar bom. Aí eu conversei com ele, expliquei sobre a doença e o tratamento. Ele ficou pensativo e depois chegou a ficar novamente muito debilitado. Houve um momento que usou dois drenos, ficou triste e não queria mais comer nem tomar a medicação. Foi aí que a psicóloga, conversando com ele, descobriu que ele também era fã do goleiro Douglas do Bahia e conseguiu marcar um encontro dos dois. Kauã se encontrou com Douglas e depois dessa visita ele começou a reagir e melhorar”, comentou.

Taís frisou ainda que a recuperação de Kauã está evoluindo com muito sucesso e ele tem reagido muito bem às sessões de quimioterapia.

O professor Jorge Fonseca é uma das pessoas que está empenhada em ajudar o adolescente a conhecer o jogador. Ele conheceu o garoto durante uma visita a AAPC para a doação de alguns alimentos que foram arrecadados através de um aulão solidário e se encantou pela sua história. Fonseca afirmou que vai fazer o possível para ajudar Kauã a conhecer o jogador.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Meu objetivo é fazer com que essa informação chegue até Dudu. Que esse encontro aconteça logo e Kauã possa se curar e voltar a jogar bola”, acrescentou.

O garoto Kauã não gosta muito de dar entrevistas e prefere ficar reservado em seus pensamentos mentalizando o seu desejo de conhecer o jogador, vencer o câncer e voltar logo para o futebol. Enquanto as coisas vão acontecendo ele segue seu tratamento em Feira de Santana na Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e passa o resto do dia na AAPC. Faz sempre questão de ter uma bola por perto para lembrar que a realização dos seus desejos estão cada vez mais perto.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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