Pesquisa aponta tendências e perspectivas de empresas familiares no Brasil

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Empresas familiares brasileiras estão mais otimistas com os negócios, mesmo diante das incertezas políticas e econômicas. Esta é uma das conclusões do estudo “Retratos de Família”, iniciativa da KPMG, em parceria com a Fundação Dom Cabral, que apresenta um panorama das práticas de governança e perspectivas das empresas familiares brasileiras.

O estudo será apresentado, pela primeira vez em Salvador, na próxima terça-feira (07), em evento gratuito para empresários. Contará com a participação do curador da pesquisa Dalton Sardenberg, PhD, professor de Governança e Empresas Familiares da Fundação Dom Cabral. O evento, promovido na capital baiana pela MPelagio Consultoria, acontece no Quality Hotel, das 8h30 as 11h30, e os interessados podem se inscrever através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (71) 3012-6214.

Nesta terceira edição da pesquisa Retratos de Família, a KPMG uniu esforços e aptidões com a Fundação Dom Cabral para coletar os dados e interpretar os resultados das 217 empresas familiares. Este grupo, que representa os 19 estados do país, participou dividindo informações sobre suas práticas de governança e seus anseios, expectativas e planos, dentro do contexto de uma empresa familiar.

Os dados apurados junto aos entrevistados revelam as perspectivas para os negócios em família. Os resultados obtidos nos últimos seis meses, como o aumento na receita, na lucratividade e na quantidade de funcionários, embasaram a segurança da empresa familiar brasileira. Dos participantes, 70% anunciam confiança em relação à situação econômica da empresa nos próximos três anos, apesar da incerteza política proveniente das eleições gerais no país e a própria situação econômica instável.

Os family business pretendem expandir geograficamente e investir no negócio atual: 74% planejam novos investimentos, sobretudo em inovação no negócio atual ou entrando em novos negócios ou lançando novos produtos; 75% das empresas consideram expandir sua atuação para novas localidades geográficas. A valorização dos pontos fortes da empresa, as ações de formação dos sucessores familiares e o cenário de aplicação de estruturas formais de governança corporativa alinhados ao reconhecimento da sua importância mostram o seu foco na perpetuidade do negócio.

A maior receptividade em relação à transferência da propriedade da empresa para a geração seguinte, venda do negócio ou a entrada de um investidor institucional demonstram que a empresa familiar está ansiosa por crescimento, de maneira sustentável e gerando valor perene para suas futuras gerações, todavia mantendo o seu controle.

A pesquisa conjunta reuniu uma amostra composta por 43% de empresas familiares que são lideradas pela segunda geração e com 19% já comandadas pela terceira geração, contra apenas 31% das quais os fundadores ainda estão à frente dos negócios. “Tais números indicam a existência de um conjunto crescente de empresas familiares brasileiras que estão vencendo as estatísticas negativas da perda de fôlego, tendo conseguido realizar a bem-sucedida transição na “passagem de bastão”, explica o especialista Dalton Sardenberg.

De acordo com Sardenberg, a adoção de boas práticas de Governança Corporativa e a boa comunicação são instrumentos essenciais no equilíbrio de interesses entre os diversos sócios e herdeiros. “O diálogo sempre será o canal adequado para se aparar arestas e promover a coesão entre membros da família empresária”, relatou o especialista, na curadoria do estudo. Outro aspecto fundamental para o sucesso de negócios familiares é o nível de preparação e capacitação dos sucessores da empresa.