Ney Silva
Uma manifestação neste primeiro de maio uniu os trabalhadores rurais e urbanos de Feira de Santana. O evento foi realizado na praça José Falcão no bairro Cidade Nova. Cerca 40 entidades entre sindicatos, grupos de mobilização e associações da zona rural estavam representadas na manifestação. Um mini trio elétrico serviu como palco para apresentações de Cesce e Paulinho Jequie, Karen Mendes e Quixabeira da Matinha.
A trabalhadora rural Demetria Ferreira, que tem 81 anos, veio da comunidade de Alecrim Miúdo. Ela disse que o dia do trabalhador é muito importante principalmente para quem mora na zona rural. "A gente trabalha duro na roça. Hoje é um dia muito querido e eu nunca perdi. Sempre venho ajudar a comemorar a data", afirmou.
Um dos organizadores do 1º de maio, Elisio Santa Cruz, destaca que a data é importante por representar uma aliança entre os trabalhadores rurais e urbanos. "Depois de muito tempo em Feira de Santana conseguimos construir essa grande unidade", destaca.
Ele informou que a manifestação foi convocada por entidades como a Central Única dos Trabalhadores, a Forca Sindical e a Central dos Trabalhadores do Brasil e citou também vários sindicatos e a Frente Brasil Popular.
De Acordo com Elisio Santa Cruz, o Brasil está quase ingovernável. "No momento que o governo Bolsonaro busca retirar direitos dos trabalhadores na reforma da previdência, isso praticamente abala o Brasil", alerta.
A Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Adufs) se fez presente nessa manifestação. O professor André Uzeda, um dos coordenadores da entidade, disse que a data é para a classe trabalhadora ir às ruas para protestar. "Vivemos um momento muito difícil para os trabalhadores. Desde o governo Michel Temer até agora nesse governo de Bolsonaro, que visa principalmente os mais pobres, os humilhados, os descamisados e os mais humildes e necessitados", diz o professor.
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Feira de Santana, Ivanide Santa Barbara fez uma avaliação da manifestação. "Nós estamos felizes mesmo a conjuntura não nos dando momentos para a alegria, mas como somos pessoas que vivemos do trabalho conseguimos ver os riscos que a classe trabalhadora está enfrentando com esse governo", observa.
Na opinião dela, a manifestação mostra que foi possível unificar os trabalhadores rurais e urbanos. "Estamos juntos unificados o que já não vínhamos conseguindo fazer em Feira de Santana há muito tempo e isso nos gratifica", afirma Ivanide.
Durante a manifestação foram colocados toldos na praça para onde as pessoas se dirigiam e assinavam um manifesto contra a reforma da previdência social.
Com as apresentações musicais os trabalhadores cantavam e dançavam na praça em um clima de alegria e união. Barracas com lanches do projeto Feira Produtiva também foram instaladas na praça oferendo beijus, bolos, tortas, churrasquinhos entre outros.