Dilton e Feito

Dilma age para evitar racha na bancada do PT na Câmara

Presidenta escalou emissários para tentar conter tensões entre dois grupos que tomaram forma no partido

Em uma semana decisiva para o governo no Congresso, a presidenta Dilma Rousseff escalou auxiliares para tentar apaziguar o forte clima de disputa que tomou conta da bancada do PT na Câmara. Emissários da presidenta empenharam-se nos últimos dias em acalmar os ânimos de deputados petistas, num esforço para afastar o risco de um racha entre os dois grupos que tomaram forma dentro da bancada.
As tensões, que já estavam evidentes desde a eleição para a presidência da Câmara, se repetem agora no processo de escolha do nome que comandará a Comissão de Constituição e Justiça.

De um lado, o grupo integrado pelo presidente da Câmara, Marco Maia (RS), e deputados como Arlindo Chinaglia (SP) e Henrique Fontana (RS) tenta emplacar o deputado Ricardo Berzoini (SP) na vaga. Do outro, petistas como Cândido Vaccarezza (SP) operam para viabilizar a candidatura de João Paulo Cunha (SP).

As tensões, entretanto, vão muito além da CCJ. Segundo parlamentares petistas, a temperatura entre os dois grupos já subiu ao ponto de se traduzir em ameaças de retaliação no processo de preenchimento de cargos no Congresso e mesmo no segundo escalão do governo federal. Nos bastidores, deputados também acusam uns aos outros de tentar dificultar a votação da proposta do governo para o reajuste do salário mínimo, prevista para ocorrer na próxima semana.

Oficialmente, petistas evitam dar a dimensão do conflito interno. Dizem que as tensões são pontuais e não vão prejudicar o empenho do governo de aprovar a proposta do Planalto de elevar o mínimo a R$ 545. Garantem ainda que os dois grupos serão capazes de chegar a um acordo para a indicação do nome para a CCJ, sem que seja necessário formalizar a disputa no voto.

“Estamos certos de que isso tudo será resolvido por consenso”, disse o líder da bancada petista na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), alegando que tomou livremente a iniciativa de mediar as conversas na bancada.

Se depender do acordo fechado entre governo e oposição, a proposta para o mínimo será levada a voto na noite desta quarta-feira, com a garantia de que não haverá nenhum tipo de obstrução ao projeto. O PT, segundo Teixeira, não tem planos de fechar questão sobre o assunto. "Não vamos precisar chegar a isso", disse o líder.(IG)

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