Acorda Cidade
Em meio ao trabalho dos bombeiros para controlar o grande incêndio que atingiu quatro barracões da Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio, na manhã desta segunda-feira (7), dois integrantes da Portela foram presos após invadirem o cordão de isolamento feito pela Polícia Militar no local.
Um dos homens foi preso por desacato e o outro estaria com grande quantidade de dinheiro, em notas de 50 e 100 reais.
A confusão começou quando o presidente da escola, Nilo Figueiredo, e mais três integrantes da escola, que teve seu barracão atingido no incêndio, tentaram entrar na Cidade do Samba porque teriam visto pessoas saindo com computadores do local. A PM impediu a entrada dos quatro e começou, então, um grande bate-boca. A polícia precisou usar até gás de pimenta para controlar a confusão.
Parte das chamas já foi controlada, mas ainda há muita fumaça no local. Segundo o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, há 14 barracões no local. Os quatro atingidos foram: Portela, União da Ilha do Governador, Grande Rio e o da própria Liesa.
O Corpo de Bombeiros informou que quinze carros de sete quartéis e 70 homens foram enviados ao local. Ainda não há informações sobre feridos, mas a Secretaria municipal de Saúde confirmou que um homem de aproximadamente 30 anos deu entrada intoxicado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, depois de ter inalado grande quantidade de fumaça.
'É uma perda sem tamanho', diz Liesa
O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, disse que ainda não sabe como o fogo começou. Ele contou que no andar térreo dos barracões ficam as alegorias e que nos dois andares superiores são reservados para confecção de esculturas das alegorias e fantasias.
"Temos Brigada de Incêndio e estrutura, mas não sei o que pode ter acontecido. É uma perda sem tamanho", disse Castanheira.
Segundo o presidente da Liesa, o carnaval das escolas que tiveram os barracões atingidos pelo incêndio está orçado, em média, entre R$ 5 milhões e R$ 7 milhões, sem contar a verba que as escolas recebem dos patrocinadores.
Barracão mais atingido é o da Grande Rio
Os esforços dos bombeiros estão concentrados no barracão da Grande Rio, a escola mais atingida pelas chamas. A parte de cima da estrutura está comprometida e parte da parede lateral já caiu. Há risco de novos desabamentos. Grande parte da Cidade do Samba foi isolada para os trabalhos.
O diretor de carnaval da União da Ilha, Márcio André, explica que 90% das alegorias já estavam prontas para o desfile deste ano. Segundo ele, ainda não há registro de feridos.
Segundo a assessoria da prefeitura, Eduardo Paes está acompanhando o trabalho dos bombeiros e, assim que o fogo for controlado, ele pretende ir ao local. Em entrevista ao Bom Dia Brasil pelo telefone, o prefeito disse "que não há hipótese de o carnaval não acontecer e as escolas não desfilarem". Paes garantiu apoio e suporte Às escolas atingidas. "Dou a garantia de que a Cidade do Samba começa a ser reconstruída ainda esta semana", disse ele. Os desfiles na Marquês de Sapucaí serão nos dias 6 e 7 de março.
A CET-Rio informou que a Rua Arlindo Rodrigues, que fica próxima à região, foi interditada. No Santos Dumont, a Infraero diz que a movimentação de aeronaves é normal.