Ney Silva e Maylla Nunes
Atualizada às 15h
O dia 8 de março, foi marcado por um ato público, realizado no estacionamento da Prefeitura Municipal de Feira de Santana. O evento foi promovido pela comissão de direitos da mulher da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil.
A presidente da comissão, a advogada Lorena Peixoto, informou que hoje é um dia de reflexão, mas também comemorativo, porque é um marco histórico, já que muitas mulheres morreram reivindicando melhores condições de trabalho equivalentes aos dos homens. Ela informou que o objetivo inicial era uma passeata pelas ruas da cidade, mas que não aconteceu porque poucas mulheres compareceram ao ato e isso não pode significar um desestímulo as mulheres, porque a luta é diária.
Lorena Peixoto lembrou que as leis estão evoluindo em defesa da mulher e citou exemplo da lei de importunação sexual, que abrange não só quando a vítima é do sexo feminino, mas também quando se trata de homem, atribuindo infração desses direitos.
A delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Feira de Santana, Clécia Vasconcelos, participou do ato público. Na opinião dela, a violência contra a mulher em Feira, não é diferente da que ocorre em outros municípios. “ É um fenômeno crescente, infelizmente, e ainda se faz necessário momentos como esse de conscientização para se chamar atenção da sociedade” afirmou.
Ela informou também que o número de procedimento junto ao poder judiciário tem aumentado bastante, mas também traduz, na opinião dela, que a rede de proteção de Feira de Santana é atuante e faz um trabalho eficaz. Segundo Clécia Vasconcelos, a prova de que a rede funciona bem, é que o número de feminicídios não é tão intenso como em outros lugares do Brasil.
A advogada Larissa Santiago, vice-presidente da comissão dos direitos das mulheres da OAB, informou, que as mulheres sofrem vários tipos de violência e que isso ocorre através de um ciclo. “Temos que observar todas as espécies de violência contra a mulher. Temos a violência psicológica, moral, violência financeira, sexual, até que comina na violência física, que leva à morte.” disse. Ela destaca, que é importante que a denuncia seja feita para ser identificada e barrada, para que não resulte em femicídio.
Representando o instituto Versos de Mulher, Daniela Lima destacou que o dia 8 de março, as pessoas imaginam que é um dia comemorativo, mas que na verdade, há uma grande história ocorrida desde século 19, em que mulheres vem batalhando por direitos ao trabalho, melhorias de salário e até hoje essa luta continua. Ela disse que o instituto Versos de Mulher, apoiou o ato público da OAB.
A advogada Flávia Pacheco, que coordena todas as comissões da OAB, disse que o dia 8 de março era para as mulheres estarem comemorando, mas infelizmente, podemos dizer que é um dia de luto. “Ontem tivemos dois casos graves que já foi noticiado na mídia. Um em que a mulher foi morta pelo marido e que depois se suicidou e um outro caso no qual o namorado matou a namorada queimada. Temos que lutar por essa bandeira de defesa da mulher”, afirmou.