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A pipoca de Igor Kannario veio para o seu quinto ano consecutivo no circuito do Campo Grande, na segunda-feira (4), com ameaça de falta de segurança. Mas a "maior pipoca do mundo", como o próprio chama, passou arrastando o mesmo mundo de gente de sempre.
Mais uma vez, assim como na última sexta-feira (1), o pagodeiro se vestiu com uma roupa que lembra a de um policial, só que desta vez branca. No ombro direito, a mesma frase "Comando da Paz" – nome de uma das maiores facções criminosas de Salvador.
Sobre estar fazendo ou não alusão a uma entidade criminosa, Kannario falou de cima do trio, em frente aos camarotes das TVs: "Não faço parte de facção nenhuma. Eu estou vestido de comandate da paz. Eu peço paz. Parem de inventar conversa com nome de homem".
O receio à segurança do bloco começou por conta do cantor ter se vestido de 'policial do futuro' na pipoca da última sexta-feira. A roupa tinha nos ombros a frase 'Comando da Paz'.
A atitude rendeu críticas de entidades que representam os policiais e do deputado estadual Capitão Alden (PSL), militante da categoria. Em meio aos fãs existia o receio de um boicote da segurança. O próprio cantor comentou esse receio. Ao pedir para que foliões parassem de brigar logo no início do circuito, disse: "Vamos ficar ligados aí! Tá todo mundo torcendo para que aconteça uma tragédia aqui hoje, mas Deus não vai permitir. Aqui só tem filhos de Deus".
Quando uma briga estourou na frente do seu trio, próximo à Igreja Batista do Campo Grande, Kannario parou de cantar e alertou: "Não estou gostando dessa movimentação aí na frente. Lembrem que qualquer coisa que a gente fizer podem estragar nossa parada", disse, fazendo referência à uma possível reação da Polícia Militar.
No geral, a passagem de Kannario pelo Campo Grande foi rápida. O trio saiu com mais de duas horas de atraso. Diferentemente do seu habitual, o cantor não parou a música com frequência para passar mensagens ao público e aos apresentadores de TV.
Apesar do medo de falta de segurança, a pipoca aconteceu na tranquilidade – pelo menos na região do Campo Grande. Brigas aconteceram, sim, mas num número inferior às que foram vistas na pipoca da Barra-Ondina, na última sexta-feira.