Brasil

Liberado pela Justiça, Lula participa de velório do neto em SP e retorna para a prisão

Ex-presidente ficou cerca de duas horas no cemitério, onde acompanhou o velório e a cerimônia de cremação ao lado da família.

Acorda Cidade

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã deste sábado (2), do velório e da cerimônia de cremação do neto, Arthur Lula da Silva, de 7 anos, que morreu vítima de meningite meningocócica. Escoltado, o ex-presidente chegou ao cemitério de São Bernardo do Campo (SP) pouco depois das 11h e saiu às 12h58.

Ao deixar o local, Lula acenou para simpatizantes. Depois, entrou em uma viatura do comboio policial. O helicóptero que levará o presidente Lula até o aeroporto de Congonhas decolou às 13h21 do heliponto da Volkswagen. O avião decolou às 14h14 de Congonhas com destino a Curitiba. Ao todo, 275 policiais militares participaram da operação de escolta.

Preso em Curitiba por condenação em 2ª instância na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente recebeu autorização da Justiça Federal para viajar e ir à despedida do neto. A íntegra da decisão, tomada na noite de sexta-feira (1º), não foi divulgada.

Ao deixar a cerimônia, Fernando Haddad (PT-SP) afirmou que Lula está "sentindo como avô e como pai do pai (de Arthur)". Questionado sobre a situação de saúde do ex-presidente, Haddad afirmou que é preciso "acompanhar" a saúde de Lula após o episódio. "Não podemos subestimar diante de uma dor tão tremenda", afirmou.

O garoto sofria bullying

João Pedro Stedile, um dos fundadores do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), contou que o ex-presidente falou durante a cerimônia de cremação.

"Na fala do Lula quando ele se despediu emocionou a todos nós. Disse que ele (Arthur) vinha sofrendo bullying na escola, que os colegas dele ficavam dizendo que o avô dele era ladrão e por isso estava preso. Ele fez um testemunho (com o neto) dizendo que se comprometia a lutar de todas as formas para que o Poder Judiciário o reconhecesse como inocente. Que ele ia provar a inocência dele. E que lá no céu ele procurasse pela avó, que ia cuidar dele lá. Ele tinha certeza que lá do céu ele ainda ia ter muito orgulho do avô que teve", disse Stedile.

Amigos da família que participaram da cerimônia disseram que, assim que o caixão desceu na cerimônia de cremação, agentes da Polícia Federal já estavam ao lado do ex-presidente para retirá-lo da sala.

"Ele era filho único do casal. Era um menino danado. Sorridente. Lembro dele gargalhando", disse a mulher de um ex-deputado do PT, que não quis se identificar. "Ele era aquele menino que, quando estava com outras crianças, logo estava organizando as brincadeiras", lembrou um ex-deputado que também não quis ser identificado.

As coroas de flores na cerimônia eram todas brancas. Na entrada da sala, uma mensagem dos pais: "Arthur, você iluminou a nossa vida com muita alegria e amor."

Velório

O corpo de Arthur começou a ser velado por volta de 22h desta sexta, no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, e seguia ao longo deste sábado. A cremação estava prevista para o meio-dia.

Muito emocionados, os pais de Arthur passaram a manhã ao lado do caixão. Objetos pessoais do menino foram colocados perto dele. A sala estava repleta de coroas de flores.

Por volta de 9h, o movimento havia se intensificado na sala do velório. Por orientação da Polícia Federal, apenas familiares puderam ficar lá dentro. O policiamento era grande do lado de fora.

Com comboio da Polícia Federal, Lula chegou ao cemitério por volta das 11h. Ele foi recebido com aplausos por pessoas que aguardavam do lado de fora. Abatido, ele deixou o carro, acenou para os militantes e entrou na sala. Do lado de fora, as pessoas rezaram um "Pai Nosso" e gritaram "Lula livre".

Fonte: G1

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