Daniela Cardoso e Ney Silva
O mosquito Aedes Aegypti, transmissor de vírus das arboviroses como zika, chicunkunya e principalmente dengue, tem enorme facilidade em se reproduzir em períodos de forte calor como estamos vivendo. A informação é da supervisora da Vigilância Epidemiológica (Viep), da secretaria municipal de saúde, Neuza Silva. Segundo ela, o calor favorece demais a formação de ovos e larvas do mosquito, que podem sobreviver até cinco anos.
“O Aedes Aegypti está altamente adaptado ao meio ambiente, então essa adaptação é de um modo que se eu tenho uma temperatura elevada em um grau a temperatura global, eu vou ter uma determinação em relação ao ciclo do vetor de forma equacional. Por exemplo, os ovos no meio ambiente podem ficar viável em média de dois a cinco anos e não vai ter nada que mate ele, pois ele é altamente resistente a penetração de qualquer produto químico”, explicou.
Ela esclareceu ainda que com a chuva, esse óvulo vai eclodir e com a temperatura, em média, de 25 a 30 graus, que é o que a gente tem aqui na região Nordeste, a evolução do ciclo será acelerada em oito dias, ou seja, os óvulos se transformam em mosquito em oito dias. De acordo com Neuza Silva, com uma temperatura de 18 a 21 graus, a evolução do ciclo pode ser retardada em 30 dias.
“Então se eu posso ter em oito dias, numa temperatura alta, mosquitos adultos, isso significa dizer que vou ter altos números de casos, eu vou ter suspeita de casos conformados e vou ter mosquito voando em infestação desse vetor com maior densidade nas áreas onde tem possíveis criadouros”, afirmou.
A supervisora da Vigilância Epidemiológica salientou ainda que os vetores que tem a geração contaminada, já nascem contaminados. Enquanto os vetores que não tiveram a geração contaminada, o mosquito pica uma pessoa e vai reproduzir o período de incubação intrínseca. Em média de 12 dias, ele poderá infectar outras pessoas.
“Tem o período de incubação no ser humano, que pode ser de três a quatro dias, e o ciclo do vírus no ser humano de sintomas pode ser de sete dias. Nesse momento que estamos vivendo de aumento de casos de dengue, a gente precisa informar a população que se tiver febre, dor no corpo, dor nos olhos, não devem se automedicar e sim procurar um médico. Isso é importante para salvar vidas”, destacou.
Transmissor de outros vírus
Além da dengue, zika, febre amarela e chicunkunya, o Aedes Aegypti também é transmissor de cerca de outros nove vírus, segundo informou Neuza Silva.
“São outras doenças que não tem tanta incidência na nossa região, mas pelas nossas alterações ambientais, temos que ficar em alerta. Quando fizemos nosso plano de contingência, já fizemos pensando nas outras arboviroses”, informou.