Feira de Santana

Venezuelana que vive em Feira de Santana conta o drama de viver longe da família e lamenta situação de seu país

Ela disse que quando veio pra Feira a situação já estava ruim na Venezuela e que a mãe dela sempre relata momentos difíceis.

Daniela Cardoso e Ney Silva

A drástica situação da Venezuela afundada numa crise sem precedentes no governo do ditador Nicolás Maduro vem preocupando estudantes daquele país que moram em Feira de Santana. É o caso da estudante de Letras, Yarelis Arague, que há um ano está na cidade junto com o marido. Ela disse que quando veio pra Feira a situação já estava ruim na Venezuela e que a mãe dela sempre relata momentos difíceis.

“Quando ligo pra minha mãe ela diz que hoje está pior ainda. Quando eu consigo trabalhar aqui e mando dinheiro pra lá, ela não consegue comprar quase nada. Não sei como estão conseguindo sobreviver. As pessoas estão passando fome. O governo fala que tudo está certo, mas a situação está muito ruim”, afirmou.

A ditadura do presidente Nicolas Maduro não permite que os caminhões com ajuda humanitária, alimentos e remédios entrem no país pelas fronteiras do Brasil em Pacaraima e a da Colômbia. Ao analisar essa situação, Yarelis Araque se emociona.

“A situação está muito triste lá. Ontem não consegui dormi nada devido as notícias do que estão acontecendo. Liguei para minha mãe para saber o que está acontecendo na realidade e ela disse que a situação é muito triste e tensa. Pessoas estão morrendo na fronteira, pessoas estão morrendo de fome, de tristeza. O que sustentava a economia do país era o turismo e o petróleo, mas por conta da administração ruim, ocorreu todo esse problema”, afirmou.

Além de Yarelis Araque e o marido, outros estudantes da Venezuela estão morando em Feira de Santana fazendo cursos na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). O marido de Yarelis conseguiu uma bolsa de estudos em uma instituição de ensino que tem convênio com o Brasil. Ele concursou, passou e resolveu vir morar em Feira de Santana com a esposa.

“Ele me chamou para vir e eu concordei. Vendemos nossas coisas lá e viemos. Agora estou como refugiada no Brasil. Aqui a gente tem novas oportunidades e estamos buscando melhorar a qualidade de vida. O meu marido não pode trabalhar por que tem visto de estudante. Já eu posso e estou procurando um emprego”, disse.

A venezualena Yarelis Arague é licenciada em educação física e pedagogia e agora cursa letras com inglês na Uefs. Ela informou que tem que ficar dois anos no Brasil para poder tirar passaporte como brasileira, e nesse período não pode sair do país.

“Eu penso em morar aqui, porque meu esposo está fazendo mestrado em saúde coletiva. Meu passaporte da Venezuela venceu e não tive como renovar, pois o governo impediu. Então tenho que ficar dois anos no Brasil pra ter direito ao passaporte”, afirmou.
 

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais recentes
mais antigos Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários