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Segurança diz que se socorro demorasse mais, paisagista estaria morta

Acusado prestou depoimento à polícia. A vítima foi espancada durante quatro horas.

Acorda Cidade

Agência Brasil – O segurança Juciley Souza Andrade, de 44 anos, disse ontem (20) em depoimento à polícia, que se ele demorasse mais 10 ou 15 minutos para entrar no apartamento da paisagista Elaine Caparroz, de 55 anos, “ela não estaria mais viva, não”. Na madrugada do último domingo (17), a vítima foi espancada durante quatro horas, por Vinicius Batista Serra, 27 anos.

O segurança estava de plantão na noite de sábado (16) e contou que fazia uma ronda no 18° andar do condomínio, quando ouviu gritos de socorro. Andrade disse que foi até o apartamento de Elaine, tocou a campainha e bateu várias vezes na porta, mas ninguém respondeu.

Como a porta não foi aberta, o segurança desceu à portaria para ligar para a polícia. Quando retornava ao apartamento, ele viu Vinicius, com a camisa manchada de sangue e o rendeu. “Quando eu estava para pegar o elevador para subir, ele desceu. Aí eu o rendi. Mandei ele sentar e aguardar a chegada da polícia. Ele colocou a mão na cabeça e ficou olhando para o chão, sem oferecer resistência”.

Andrade contou que encontrou Elaine sangrando muito e que o apartamento estava revirado e com móveis e paredes manchados de sangue: "Eu não sabia de onde saía tanto sangue. Se era da cabeça, se era da boca. Era muita quantidade de sangue”.

Elaine foi levada pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde recebeu os primeiros socorros e de lá foi transferida para o Hospital Casa de Portugal, no Rio Comprido, onde permanece internada.

O filho único de Elaine, Rayron Gracie, de 17 anos, chegou ontem (19) dos Estados Unidos, onde treina artes marciais mistas (MMA). Ele veio acompanhar o tratamento da mãe e ao chegar ao hospital hoje, disse apenas “que ela está melhorando”.

Depoimentos

Ontem (19), policiais ouviram o síndico e a subsíndica do condomínio do edifício onde ocorreu o crime. A subsíndica disse que as câmeras do prédio não registraram nenhuma imagem que possa ajudar na investigação.

O síndico confirmou que Vinícius se identificou com o nome de Felipe na portaria, conforme registrado no livro do condomínio. Quando o porteiro interfonou para o apartamento de Elaine, ela mandou a pessoa subir, porque deduziu que o porteiro poderia ter se enganado na hora de anotar o nome e ela esperava Vinicius para jantar em um primeiro encontro, após oito meses de troca de mensagens em uma rede social.

Os porteiros do condomínio prestam depoimento nesta quinta-feira (21) à delegada Adriana Belém, responsável pelo inquérito.

Os pais do agressor Vinícius Batista Serra também foram intimados, mas não compareceram para serem ouvidos em depoimento que estava marcado para ontem. A delegada disse que vai intimá-los novamente para saber sobre o comportamento do filho, que já agrediu o irmão, deficiente físico, e o pai, em 2016.

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