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Não gosta do Carnaval? Parque nacional chileno é alternativa para fugir do verão e da folia brasileira

O frio e a beleza do Parque Nacional Torres del Paine, entre a Argentina e o Chile, chamaram a atenção de várias publicações internacionais, que já chamaram a região de "lugar mais bonito do mundo"

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Apesar de relativamente conhecido no continente, o Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, alçou fama mundial quando a Unesco declarou o local como uma reserva da biosfera do planeta, em 1978. Depois do reconhecimento da entidade, explodiu o número de estrangeiros que chegam ao país para visitá-lo: em 2016, a administração registrou 252 mil visitas ao local, um recorde na história do parque que, de acordo com os jornais chilenos, é o terceiro mais visitado do mundo.

O parque, ao contrário da maioria dos seus análogos em países sul-americanos, está em uma das partes mais frias da Patagônia Chilena e é um dos mais bonitos do mundo para uma série de publicações internacionais sobre turismo.

Criado pelo governo chileno em 1959, o Parque Nacional Torres del Paine fica localizado na região conhecida como Magallanes, próximo à fronteira com a cidade argentina de El Calafate e ao redor de pequenas cidades portuárias chilenas, como Puerto Natales. Ocupa uma área de 181 mil hectares que possui diversos aspectos naturais, de montanhas geladas, vales, rios, lagos e áreas glaciais.

O nome do parque é uma referência às três montanhas semelhantes de cerca de três mil metros cada que se erguem no meio da cadeia. “É uma das coisas mais espetaculares que eu já vi”, afirma o antropólogo Vitor Ido. “O parque é talvez a maior joia natural de todo o continente e recompensa qualquer esforço para conhecê-lo”, completa.

As agências que organizam viagens ao parque promovem diversas atividades, como a prática de caiaque em fiordes e rios, caminhadas sobre as geleiras em percursos guiados, escalada sobre uma das Torres del Paine, passeios de bicicleta, pesca esportiva, cavalgada e navegação pelos lagos.

As cavalgadas pelo parque são oferecidas pela agência Chile Nativo, que chega a organizar percursos de até doze dias pelas montanhas e bosques que, segundo a empresa, só são acessíveis a cavalo e com o conhecimento dos gauchos da região. Já a agência dedicada ao ecoturismo — a Patagonia Concept — organiza passeios de trekking, descidas de caiaque pelo Rio Serrano e subidas às montanhas La Olla e Tenerife.

Segundo elas, o melhor período para viajar ao parque é entre setembro e abril, pegando a primavera, o verão e parte do outono — no inverno, o dia tem poucas horas de luz.

Uma das modalidades mais intensas de ecoturismo dentro do parque é no chamado Circuito W, em que os visitantes caminham por dias pelas montanhas, bosques e estradas que oferecem visões privilegiadas dos aspectos naturais do local, além de visitas a glaciares e cadeias montanhosas. As pernoites são feitas em acampamentos com barraca organizados em locais preparados para a recepção dos turistas — há comida e banheiros.

Para quem estiver com tempo — e dinheiro –, é possível esticar até outras cidades do Chile. Na Argentina, os principais destinos próximos geralmente são Bariloche ou Ushuaia. No entanto, perto das duas cidades, estão outras pequenas e não menos belas, como é o caso de Villa la Angostura.

Localizada na região dos Lagos, dentro da Patagônia, ela concentra uma maioria de turistas que viajam em busca de estações de esqui. Entre as pistas, a mais famosa é a de Cerro Bayo, que tem 140 centímetros de espessura de neve a cada inverno e possui 24 pistas abertas, além de seis teleféricos elevados sobre as montanhas.

A estrada que liga Bariloche a Villa la Angostura, que corta a famosa Ruta 40, é uma das paisagens mais incríveis da Patagônia argentina: ela margeia o lago Nahuel Huapi, a desembocadura do Rio Bonito e o Puerto Manzano. Com a nevada do inverno, as ruas do centro da pequena cidade ficam com uma camada de ao menos dez centímetros de neve — e alguns visitantes chegam a improvisar pistas de esqui pelas poucas avenidas.

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