Feira de Santana

Trabalhadores de empresa de telemarketing paralisam atividades e ameaçam greve por tempo indeterminado

De acordo com o diretor do sindicato, Marcos Pires, a paralisação conta com adesão de 50% dos trabalhadores, mas a expectativa é que chegue a 100%.

Laiane Cruz

Trabalhadores da empresa de telemarketing Tel Telemática, em Feira de Santana, paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira (6) para protestar contra o congelamento dos salários até o mês de março. A mobilização se iniciou por volta das 7h, com o apoio de dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Bahia (Sinttel), e após um período os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do centro da cidade.

De acordo com o diretor do sindicato, Marcos Pires, a paralisação conta com adesão de 50% dos trabalhadores, mas a expectativa é que chegue a 100% e a partir do dia 18 de fevereiro há possibilidade de greve por tempo indeterminado.

“A empresa desde 2018 não fez o fechamento do acordo coletivo de trabalho. Em 2019, quando também deveria iniciar a negociação do acordo, ela veio com uma proposta que foi o não pagamento imediato do salário mínimo, só pagando isto a partir do mês de março. Anteriormente já tínhamos feito uma votação de uma proposta, que foi rejeitada pelos trabalhadores e esperávamos que a empresa pudesse ter uma nova proposta de avanço, mas ela veio com o congelamento do salário até o mês de março deste ano”, explicou Marcos Pires.

Ele afirmou que a greve só pode ocorrer a partir do dia 18 porque é necessário o cumprimento de algumas formalidades legais. “A Lei 8778, que é a Lei de greve, estabelece algumas relações como informar a empresa em 72 horas, sair com edital, ouvir os trabalhadores, se vão aprovar ou não. Outra questão é que esta empresa está em quatro municípios da Bahia: Salvador, Lauro de Freitas, Feira de Santana e Itabuna, e o sindicato precisa fazer assembleias em todos esses locais. Não temos tempo hábil para iniciar a greve agora, para que o trabalhador não sofra penalizações”, justificou em entrevista ao Acorda Cidade.

O diretor do Sinttel disse ainda que a empresa alega dificuldades financeiras e redução dos valores recebidos. “Mas isso é de responsabilidade do empregador, e o trabalhador não pode sofrer redução por que os seus contratos foram afetados”, salientou.

Marcos Pires destacou que o prazo para a empresa negociar com os trabalhadores é até o dia 15. Caso isso não ocorra, será deflagrada a greve. “Nós esperamos que no decorrer desse tempo a empresa nos apresente uma proposta coerente, que não tenha congelamento salarial, onde se tenha os índices inflacionários que estamos pedindo na nossa pauta de reinvindicação. São 8 mil trabalhadores na Bahia.”

O Acorda Cidade tentou contato com os representantes da empresa, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.


 

Com informações e fotos do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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