Ney Silva e Rachel Pinto
Inaugurada em setembro de 2009, a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Feira de Santana (Unacon) já tem em seus cadastros 25 mil pacientes com câncer, de 74 municípios.
A cada ano, são 100 novos casos e, por mês, 2.100 pacientes ativos recebem tratamento em quimioterapia e radioterapia. O médico radiooncologista Gustavo Mota explicou que o câncer é um tumor e consiste em um conjunto de células defeituosas. Células que tiveram alguma alteração no seu DNA, células que perderam a sua função dentro do órgão. Quando essas células vão se aglomerando, forma-se então o tumor de comportamento maligno com células agressivas e que tem um crescimento rápido.
“Elas podem ir para outro órgão, aí a gente chama de tumor maligno, que é propriamente o câncer. Há vários tipos de câncer. O que a gente utiliza para direcionar o tratamento é o fator localização do câncer e a citologia. Pegamos a localização e vemos qual é o tipo e o local em que ele se originou. Qualquer médico pode fazer a suspeita diagnóstica que o paciente tem câncer. Geralmente é um diagnóstico que a gente chama de diferenciado, quando o clínico, que é o primeiro profissional que tem contato com aquele paciente com suspeita de câncer encaminha o paciente para outros médicos de diferentes especialidades, eles então irão biopsiar aquela localização. Depois da biópsia, o exame de patologia é que vai definir se o paciente tem câncer”, acrescentou.
Tratamentos
Segundo o médico, os tratamentos para o câncer são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O paciente pode fazer um ou dois tipos de tratamento. Depende da evolução da doença e de seu quadro clínico. Ele frisou que cada vez mais os pacientes toleram melhor os tratamentos e assim têm mais qualidade de vida.
Há a diminuição de muitos efeitos colaterais e reações como enjoos e ânsias de vômito. A pessoa em tratamento de câncer tem cada vez mais qualidade de vida. Outro fator importante é a necessidade do tratamento psicológico. O paciente com câncer ou que já passou pelo processo pode sofrer a longo prazo com os efeitos psicológicos.
“Muitas vezes, o paciente é curado do câncer, mas tem a questão psicológica. O medo faz parte da vida dele e qualquer coisa que ele sente, tem medo do retorno da doença e então ele tem que lidar psicologicamente com esse medo. Essa é uma das partes mais difíceis que o paciente passa depois de ser curado”, comentou.
Gustavo Mota, que é radiooncologista, contou ainda como é a participação do profissional da sua especialidade no tratamento de pessoas com câncer. Ele disse que acaba tendo contato com cerca de 2/3 dos pacientes, e a radiooncologia lida com o tratamento curativo, de controle local da doença e a possibilidade de cura.
“Também o tratamento paliativo quando não tem possibilidade de cura. Para trazer uma melhor qualidade de vida parao paciente, para tirar a dor, evitar um sangramento. O radiooncologista está em todos esses cenários, ele está como o braço direito do oncologista”, afirmou.
A direção da Unacon informou que por mês são realizadas duas mil consultas e que se houvesse ampliação da unidade existiria demanda de atendimento.