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Em meio à crise econômica e humanitária vivida pela Venezuela, Nicolás Maduro assume, nesta quinta-feira (10), seu segundo mandato como presidente do país. Sob duras críticas, a posse do chavista acontece quase oito meses após ele vencer as eleições. O pleito foi fortemente boicotado pela oposição.
O novo mandato de Maduro não será reconhecido pela Assembleia Nacional venezuelana. Outros países, como Estado Unidos, Canadá, e nações do Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, também consideram o novo governo ilegítimo. Maduro, no entanto, é apoiado pelo Supremo da Venezuela.
Ao contrário do que determina a Constituição do país, a posse não terá um juramento do presidente diante da Assembleia Nacional. O novo mandato deve durar até 2025.
Maduro se tornou presidente interino em 2012, pouco antes da morte de Hugo Chávez, líder do Executivo da Vanezuela à época. A primeira eleição presidencial vencida por Maduro foi em abril de 2013.
Nicolás Maduro também sobre críticas da população venezuelana, que realiza protestos praticamente desde quando ele assumiu pela primeira vez. O governo tem respondido às manifestações com ataques violentos. E, em 2014, por exemplo, 43 pessoas morreram e o líder oposicionista Leopoldo López chegou a ser preso.
Desde que o chavista perdeu o controle do Parlamento, em 2015, e o Supremo local declarou que a Câmara estava “em desacato”, Maduro não presta contas ao parlamento.
Em março de 2017, o Tribunal Supremo de Justiça retirou a atribuição de legislar do Congresso da Venezuela. Também no ano passado, o país foi palco de mais protestos e pelo menos 100 venezuelanos foram mortos.
A crise no país atingiu até os que tinham emprego. Grande parte da população não consegue adquirir produtos básicos e, em alguns lugares, as pessoas tiveram que comprar carne estragada para consumir. A falta de remédios em hospitais do país alcança 88%.
A situação complicada obrigou muitos venezuelanos a saírem do país. De acordo com agências da ONU, cerca de três milhões de pessoas vivem no exterior.
Mais de 2 milhões de venezuelanos deixaram o país a partir de 2015. No Brasil, atualmente, vivem cerca de 30 mil venezuelanos. Cerca de 10 mil deles cruzaram a fronteira no primeiro semestre de 2018.