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O atendimento em saúde pública no Brasil pode piorar depois da saída de profissionais cubanos do programa Mais Médicos. Essa é a opinião de 49% dos brasileiros ouvidos na pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (3). O levantamento foi feito para medir o impacto da saída dos estrangeiros, após o presidente Jair Bolsonaro estipular novas condições para o funcionamento do programa no País.
Segundo Bolsonaro, a continuidade foi condicionada “à aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos e a liberdade para trazerem suas famílias.” De acordo com o presidente, Cuba não aceitou.
Ainda segundo o levantamento, 38% dos que responderam à pesquisa avaliam que a saúde pode melhorar após a saída dos cubanos, enquanto 8% acham que o setor ficará igual. O balanço mostra ainda que a avaliação negativa da saída dos estrangeiros é maior entre os mais jovens e entre moradores do Nordeste. A região tinha a maior proporção de médicos cubanos atuando até então. Por outro lado, a expectativa de melhora na saúde do país aumenta entre pessoas com 60 anos ou mais e moradores das regiões Centro-Oeste e Norte.
Outro fator avaliado na pesquisa mostra que a opinião sobre a saída dos médicos cubanos muda quanto à preferência partidária dos entrevistados. No total, 70% dos que se dizem simpatizantes do PT avaliam que a prestação de serviço na saúde deve piorar com o fim da participação dos cubanos no Mais Médicos. Esse número, no entanto, cai quando a percepção é feita por aqueles que apontam pelo PSL – partido de Bolsonaro – como preferência. Nesse caso, a taxa é de 26%.
O Datafolha ouviu 2.077 pessoas em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. As entrevistas foram feitas nos dias 18 e 19 de dezembro. O programa Mais Médicos foi criado há cinco anos e, até então, cerca de 8.500 médicos cubanos atuavam no programa.