Política

Lídice se despede do Senado e diz que vai continuar na Câmara a luta contra retrocessos aos direitos sociais e dos trabalhadores

A parlamentar baiana lembra, ainda, que sempre colocou seu mandato como instrumento de luta e de resistência contra os retrocessos que o governo federal vem impondo ao País e aos ataques aos direitos sociais e dos trabalhadores.

Ao encerrar o mandato de senadora, Lídice da Mata (PSB-BA) afirma que, a partir de fevereiro de 2019, na Câmara dos Deputados, continuará a defender as bandeiras de luta que sempre travou em mais de 35 anos de vida política. “Infelizmente, circunstâncias políticas impediram que eu continuasse a ser a Senadora da Bahia, me retirando o direito da reeleição, impedindo que meu Estado tivesse uma mulher na chapa majoritária e fazendo com que o Senado venha a ter uma Senadora a menos. Mesmo assim, fiel ao compromisso de ‘nenhuma mulher a menos na política’, fomos à luta por uma vaga na Câmara e, graças ao apoio do meu partido, de importantes lideranças da Bahia e ao financiamento público de campanha, conquistamos um novo mandato legislativo, com o voto de mais de 104 mil baianos, em praticamente todos os municípios do Estado, para continuar nossa luta em defesa dos interesses da Bahia e do Brasil”, explica a parlamentar que, a partir do próximo ano, estará em seu terceiro mandato como deputada federal (o primeiro foi como Constituinte e o segundo em 2007).  Durante oito anos no Senado, Lídice destaca que travou um combate permanente em defesa das suas convicções, das quais não se afastou um segundo sequer, seja em defesa dos interesses da Bahia, seja em defesa de um projeto nacional, democrático e inclusivo para o Brasil e seu povo. “Defendi intransigentemente o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff contra o golpe do impeachment que a tirou do governo sem que nenhum crime de responsabilidade tenha sido praticado por ela; critiquei a condenação e a prisão do ex-Presidente Lula, sem provas, num processo contestado por juristas do Brasil e do mundo; e sempre fui voz ativa na defesa dos direitos humanos, das mulher, dos trabalhadores, da luta contra o racismo, e de um projeto nacional para o Brasil e, principalmente, da Constituição de 1988, da qual muito me orgulho de ser uma das signatárias”.

A parlamentar baiana lembra, ainda, que sempre colocou seu mandato como instrumento de luta e de resistência contra os retrocessos que o governo federal vem impondo ao País e aos ataques aos direitos sociais e dos trabalhadores. “Votei contra as propostas de reforma trabalhista e da Previdência, entre tantos outros retrocessos que o governo Temer tenta impor à Nação e que tendem a continuar e até ampliar com o novo governo eleito”, afirma. Para Lídice, essas reformas “fazem parte de um projeto político, o mais cruel e perverso contra os trabalhadores dos últimos 50 anos. Nenhum governo da história do Brasil promoveu mudanças tão profundas na legislação trabalhista e na Previdência Social, contra a vontade popular!”, enfatiza. Com mais de 370 proposições apresentadas no Senado, 590 discursos proferidos e 360 relatorias de projetos de outros parlamentares e de comissões especiais ou de inquérito, Lídice cita as bandeiras que vai continuar a defender na Câmara dos Deputados: “Nossas principais lutas continuarão sendo contra a reforma da Previdência; para reverter os danos causados pela reforma trabalhista; e para garantir que sejam mantidos direitos conquistados e em risco de o novo governo acabar com eles. Não vamos aceitar retrocessos às conquistas de tantos anos de luta dos brasileiros e brasileiras,”.A primeira senadora eleita pela Bahia diz que os primeiros sinais emitidos na transição são preocupantes: “na Secretaria de Assuntos Fundiários, um latifundiário e presidente da UDR; no Ministério da Mulher, uma defensora de que ‘lugar de mulher é dentro de casa’; no Ministério das Relações Exteriores, um defensor do alinhamento do Brasil aos Estados Unidos e ao governo Trump; um fundamentalista no Ministério da Educação; e um privatista e porta-voz do mercado no Ministério da Economia; além do inaceitável e absurdo fim dos Ministérios do Trabalho e da Cultura; e ameaças à demarcação das reservas indígenas. Serão tempos difíceis. Vamos seguir na luta e sem abrir mão das garantias constitucionais do estado de direito, da democracia e das liberdades”, declara a parlamentar baiana.

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