Acorda Cidade
As autoridades policiais de Feira de Santana já estão cientes de que há atuação de milícias no Residencial Nova Conceição e começam a adotar as medidas cabíveis. Segundo moradores uma milícia, comandada por um homem chamado Giovane, que mora no próprio condomínio, estaria coagindo os moradores a pagar uma taxa mensal de R$ 20. “Quem não pode pagar está sem poder receber visitas em casa e fica com as correspondências retidas na portaria”, conta uma moradora.
O coordenador regional da Polícia Civil de Feira de Santana, Fábio Lordello, disse que até então não tinha conhecimento dos fatos e mostrou-se preocupado com a situação. “Seja lá quem for, se houver realmente essa milícia, ela não vai mais atuar. Qualquer atividade de segurança só pode acontecer se houver concordância dos moradores. Estamos atentos a esta situação e vamos agir como a lei determina”, observa.
De acordo com Lordello, no ano passado, a Polícia Civil recebeu denúncias de tráfico de drogas no Residencial Nova Conceição. “Fizemos uma operação de combate ao tráfico para apreender entorpecentes”. Ele destaca que é importante que os moradores formalizem a queixa, para que a polícia possa atuar. “Basta que chegue ao nosso conhecimento. Os moradores devem nos procurar sem medo, pois as denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 190”, orienta.
Retomada
Ontem, o dia foi dedicado à busca de soluções para os problemas encontrados no Residencial Nova Conceição. “Estivemos reunidos durante a manhã com secretarias municipais de Educação, Esporte e Lazer, Comando da Polícia Militar e também com a Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda do Estado, que vem para detectar as necessidades de geração de emprego e renda para os moradores”, contou o gerente regional de construção civil da Caixa no município, José Gilberto Bastos.
Ele anunciou que a Caixa Econômica inicia hoje os processos para retomada dos imóveis em situação irregular no Residencial. “Graças ao trabalho de mapeamento, que foi feito no final de semana, detectamos inicialmente 46 unidades com casos de vendas irregulares e vamos procurar os meios judiciais para a retomada”, conta Bastos.
A decisão foi anunciada uma semana após as denúncias de que alguns apartamentos foram vendidos irregularmente e que há casos de outros que estão sendo alugados, o que é proibido. Os imóveis foram construídos através do programa Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até três salários mínimos.
De acordo com Bastos, os apartamentos irregulares foram comercializados através de contrato de gaveta, que muitas pessoas utilizam. Porém, a Caixa ainda não sabe como é feita a transação ilegal. “Vamos adotar as medidas possíveis para evitar que problemas desse tipo continuem a acontecer”, frisou José Gilberto Bastos. As informações são do Correio