Feira de Santana

Poucas lojas do comércio de Feira de Santana aderem a enfeites e ao clima natalino

A tradição de decorar as lojas como um atrativo para os clientes em compras é cada vez menos evidente e salvo alguns poucos estabelecimentos e algumas lojas de decoração e enfeites.

Rachel Pinto

Há exatamente quatro dias para o Natal, ainda é considerado muito tímido o clima da data em Feira de Santana, principalmente no comércio, onde gira a maior parte de economia e é o setor que recebe diariamente um grande número de pessoas, tanto da cidade como de municípios vizinhos.

A tradição de decorar as lojas como um atrativo para os clientes em compras é cada vez menos evidente, salvo em alguns estabelecimentos e algumas lojas de decoração e enfeites, que anunciam que o Natal está praticamente na “porta”. A pouca e também a falta de ornamentação natalina nos estabelecimentos não incentivam os possíveis clientes em compras, que atreladas ao cenário de crise financeira e de desemprego vão excluindo muitos costumes do momento e todo o encantamento da parte visual e lúdica do Natal, que existem ao longo do tempo no imaginário das pessoas.

Foto: Andréa Trindade/Acorda Cidade

Jucimar Pedreira, que administra um shopping no centro da cidade, lamenta toda a timidez do clima natalino em Feira de Santana e relembra de épocas passadas em que as pessoas tinham o hábito de passear pelo comércio não só para comprar, mas para admirar as vitrines das lojas. Havia concursos de decoração e prêmios diversos, e ele, inclusive, recebeu muitos quando exerceu o trabalho de vitrinista.

Ele comenta que até o shopping do qual é administrador e que habitualmente chama a atenção pelo capricho na decoração em várias datas comemorativas do ano, neste Natal, apresenta uma ornamentação muito reduzida. Um fator interno e a falta de tempo hábil fez com que o projeto idealizado por ele para a decoração do espaço fosse remodelado e assim tanto a administração como os clientes relatam ter sentido o impacto da redução dos enfeites.

Foto: Andréa Trindade/Acorda Cidade

“Em função da reforma e de um contratempo, demoramos a bater o martelo e aí ficou tarde. Não conseguimos comprar os materiais necessários em tempo e resolvemos abortar e não realizar este ano na proporção que geralmente fazemos. Infelizmente não deu pra fazer como desejávamos e estamos sentindo a falta disso, como toda a cidade reclama. Vejo que Feira tem boas intenções, mas eu ainda não vi nada ainda sobre a decoração esse ano que me fizesse parar e elogiar”, afirmou.

Entusiasta da importância da ornamentação e do poder que a decoração tem em aguçar e despertar os vários sentidos nas pessoas, Jucimar conta que, mesmo com algumas dificuldades, faz questão de manter viva a tradição de apresentar vitrines e lojas envolvidas com o clima natalino.

Foto: Andréa Trindade/Acorda Cidade

Concurso de decoração

O shopping em que trabalha tem um concurso interno entre os lojistas de decoração de Natal e ganha aquele estabelecimento mais votado pelos clientes. O vencedor tem como prêmio a isenção da taxa de condomínio do mês de janeiro e a competição saudável faz com que cada loja se esforce em apresentar o melhor trabalho e atrair a atenção do cliente.

Envolvido com artes e decoração, Jucimar recorda também que o shopping já ganhou importantes prêmios e concursos de decoração no cenário nacional, e Feira de Santana já teve tempos áureos nessa categoria. Para ele, falta incentivo dos órgãos ligados ao comércio para que essa cultura continue e também a falta de renovação da profissão de vitrinista.

Foto: Andréa Trindade/Acorda Cidade

“A cidade não se atenta a detalhes de fundamental importância nessa época. Eu já trabalhei como vitrinista e sou de uma época em que o comércio era marcado pelos concursos de vitrine. A decoração das lojas era algo muito propagado e hoje nem a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), a prefeitura, ninguém lembra mais disso. O que é feito é pouco e na maioria das vezes de forma independente. A cidade não conseguiu renovar o trabalho de vitrinista e eu lamento muito isso. Têm lojas que demonstram preocupação, mas a grande maioria não tem. Ninguém incentiva mais esse trabalho e a cidade vai perdendo seus costumes”, enfatizou.

Ainda que neste Natal o shopping que Jucimar administra esteja com uma decoração mais simples do que o que habitualmente apresenta, é possível ver o encantamento de quem passa e quem visita o local ao ver figuras representativas do Natal, como o papai Noel, por exemplo. A decoração é, sem dúvida, um atrativo para as crianças, adultos e é difícil passar e não reparar em nada. Vale registrar uma foto e uma boa memória que seja.

Foto: Andréa Trindade/Acorda Cidade

Jucimar diz que ver a decoração das lojas e as luzes acesas à noite já foi um costume interessante da comunidade feirense. Atualmente, poucos estabelecimentos chamam a atenção nesse aspecto e o comércio quando cai o dia é em sua maioria escuro e apagado. Deixa de refletir tanto durante a luz do sol, como sob a luz da lua o brilho da cidade princesa e toda a força econômica e criativa que aqui existe.

Leia também: Vitrinista destaca a importância da decoração para atrair clientes 

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