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Entre 2016 e 2017, o número de pessoas de dez anos ou mais de idade que acessaram a Internet, na Bahia, aumentou 10,7%, passando de 7,3 milhões para 8,1 milhões, o que representou, em um ano, mais 778 mil baianos usando a Rede. Assim, o percentual de usuários da Internet no estado subiu de 54,9% em 2016 para 60,7% em 2017. Os dados são os principais destaques do suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre acesso à Internet e à televisão e posse de celular.
O levantamento foi realizado em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e divulgado na quinta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, no período, o percentual de pessoas que acessaram a Internet cresceu no país como um todo (de 64,7% para 69,8%), em todas as regiões e quase todos os estados, mantendo-se estável somente no Distrito Federal.
Embora o crescimento de internautas na Bahia (+10,7%) tenha sido menor que a média do Nordeste (+12,7% entre 2016 e 2017), ficou acima do registrado no Brasil como um todo (+8,8%). Ainda assim, em 2017, o percentual de pessoas que acessaram a Internet no estado (60,7%) ficou abaixo do brasileiro (69,8%) e foi apenas o 18º maior dentre as 27 unidades da Federação (mesma posição de 2016).
Conforme a pesquisa, o Distrito Federal liderava, com 85,3% das pessoas de 10 anos ou mais acessando a Internet em 2017. Em seguida vinham São Paulo (79,6%) e Rio de Janeiro (77,8%). No outro extremo, estavam Maranhão (onde 48,1% das pessoas de 10 anos ou mais de idade acessaram a Internet), Alagoas (52,7%) e Piauí (54,2%).
Acima da média nacional
Assim como ocorre no país como um todo, na Bahia, a frequência do uso da Internet cresce com o aumento da idade até a faixa dos 24 anos, caindo paulatinamente depois disso.
No estado, segundo a pesquisa, o percentual de usuários da Rede partia de 64,3% entre as crianças de 10 a 13 anos, chegava a seu ponto máximo entre os jovens de 20 a 24 anos (82,5% deles acessaram a Internet) e depois recuava até sua frequência mínima, entre os idosos: 21,5% ou 1 em cada 5 pessoas de 60 anos ou mais de idade usou a Internet na Bahia, em 2017.
Em relação a 2016, cresceu o número de internautas em todas as faixas etárias, porém, o incremento foi bem mais expressivo entre os idosos. Em um ano, na Bahia, eles passaram de 294 mil para 453 mil, um avanço de 54,0%, que representou mais 159 mil pessoas de 60 anos ou mais de idade utilizando a Internet no estado, nesse período.
O crescimento dos idosos internautas na Bahia foi bem maior do que o verificado no Brasil como um todo. No país, o número de pessoas de 60 anos ou mais de idade que utilizavam a Internet cresceu 31,3%, passando de 7,4 milhões para 9,8 milhões, entre 2016 e 2017.
Ainda assim, o uso de Internet ente os idosos baianos (21,5%) ainda está bem abaixo da média nacional (31,1%) e muito distante do verificado nos estados que lideram nesse indicador: Distrito Federal (54,4%), São Paulo (43,3%) e Rio de Janeiro (42,3%). Supera, porém, a média do Nordeste (18,1%).
Uso de computadores e tablets cai
Tanto na Bahia quanto no país como um todo, o crescimento no número de pessoas que usaram a Internet, entre 2016 e 2017, se deu pelos maiores acessos via celular e televisão, segundo a pesquisa.
No ano passado, o celular continuou sendo o equipamento mais utilizado para acessar a Internet e, mesmo já superando a barreira dos 90%, seu uso cresceu ainda mais, aproximando-se da universalidade.
Dos cerca de 8,1 milhões de baianos de 10 anos ou mais de idade que usaram a Internet em 2017, 7,8 milhões (96,8%) o fizeram por meio do celular, frente a um percentual de 94,6% em 2016 (6,9 milhões de pessoas).
Em um ano, o número de usuários que acessaram a Internet por celular, no estado, cresceu 13,3% (mais 916 mil pessoas), acima, portanto, do aumento no número total de internautas (+10,7%).
No Brasil, o acesso via celular chegou a 97,0% dos usuários da Internet em 2017, frente a 94,6% em 2016, com um aumento de 11,6% no número de pessoas que utilizaram telefone móvel para acessar a Rede, de um ano para o outro.
Além do aumento no já bem disseminado uso do celular para a acessar a Internet, a utilização da televisão com essa finalidade foi a que mais avançou proporcionalmente, entre 2016 e 2017. A pesquisa aponta que na Bahia, no ano passado, 12,7% dos que acessaram a Internet fizeram isso pela televisão (o equivalente a cerca de 1 milhão de pessoas de dez anos ou mais de idade). Em 2016, o percentual de acesso via TV havia sido de 8,3% no estado. Ou seja, em um ano, o número de pessoas que acessaram a Rede pela televisão cresceu 68,0% (de 607 mil para pouco mais de 1 milhão de pessoas).
No país como um todo, também houve um incremento expressivo no uso da TV para acessar a Internet: de 11,3% dos usuários, em 2016, para 16,3% em 2017, com um aumento de 57,1% no contingente das pessoas que usaram esse equipamento (de 13,1 milhões para 20,6 milhões).
Por outro lado, na Bahia, em 2017, o acesso à Internet pelo computador caiu e se tornou minoritário: 43,6% dos cerca de 8,1 milhões de baianos que usaram a Rede o fizeram pelo computador, frente a um percentual de 53,4% em 2016. Em um ano, esse grupo de usuários se reduziu de 3,9 milhões para 3,5 milhões de pessoas no estado (-9,7%).
No Brasil, embora ainda não seja minoria, o acesso via computador também recuou: de 63,7% para 56,6% dos usuários, uma redução de 3,4% no contingente dos que utilizam esse equipamento para consultar a Internet (de 73,9 milhões para 71,4 milhões de pessoas).
Em 2017, os tablets foram os equipamentos menos utilizados para acessar a Internet, tanto na Bahia (por 9,9% dos usuários) quanto no Brasil (por 14,3% dos usuários), com quedas em relação a 2016 em ambos os casos.
O quadro a seguir resume essas informações:
Chamadas por vídeo e voz
Em 2017, a Internet foi usada principalmente para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes do e-mail. Essa foi a finalidade citada por 95,5% dos usuários brasileiros (120,7 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade) e 95,7% dos usuários na Bahia (7,7 milhões de pessoas).
A troca de mensagens já havia sido o uso mais frequente em 2016, mas cresceu ainda mais: naquele ano, havia sido relatado por 94,2% dos usuários no país e 94,7% na Bahia.
Por outro lado, em 2017, enviar ou receber e-mail (correio eletrônico) foi, mais uma vez, o uso menos citado no Brasil como um todo (por 66,1% dos usuários da Internet, o equivalente a 83,5 milhões de pessoas) e na Bahia (por pouco mais da metade dos usuários, 54,3%, ou 4,4 milhões de pessoas). Foi também a única finalidade que recuou em relação a 2016, quando havia sido citada por 69,3% dos usuários brasileiros e 62,0% dos baianos.
De um ano para o outro, conversar por chamadas de voz ou vídeo foi o uso da Internet que mais cresceu, tanto no país (de 73,3% para 83,8% dos usuários) quanto no estado (de 75,0% para 84,0% dos usuários).
Não acessam a Internet por causa do custo
Dentre as 5,2 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade que não acessaram a Internet na Bahia, no 4º trimestre de 2017, 1,9 milhão (36,5%) disseram não saber usar a Rede. Foi, pelo segundo ano consecutivo, o principal motivo alegado por quem não é internauta, mas foi menos frequente do que em 2016, quando 40,0% dos que não haviam usado a Internet o haviam citado.
O segundo motivo mais citado para não usar a Internet, em 2017, também permaneceu o mesmo de 2016, mas teve um leve aumento de participação em relação ao ano anterior. No ano passado, 33,2% das pessoas que não acessaram a Internet na Bahia (1,7 milhão) alegaram falta de interesse em fazê-lo. Em 2016 eram 31,6%.
As razões econômicas, ligadas aos custos, vinham em seguida. Na Bahia, em 2017, 21,7% das pessoas que não utilizaram a Internet (pouco mais de 1,1 milhão de pessoas) alegaram que o serviço era caro ou que os equipamentos eletrônicos necessários para o acesso eram caros.Em 2016, o custo havia sido apontado por 19,0% dos não usuários da Internet na Bahia. Em um ano, o grupo que não acessava a Rede alegando ser caro teve um leve crescimento puxado pelos que consideram o custo dos equipamentos o principal entrave para usar a Internet (+130 mil pessoas, num aumento de 55,0% nesse contingente, que somava, em 2017, 367 mil pessoas no estado).
O motivo menos citado para o não acesso à Internet, na Bahia, foi a indisponibilidade do serviço, por 5,9% dos não usuários em 2017, percentual menor do que o registrado em 2016 (7,6%).Ainda assim, no ano passado, o estado ainda tinha a segunda maior população sem oferta de serviço de Internet do país: 307 mil pessoas de 10 ou mais de idade, abaixo apenas do Pará (405 mil pessoas).
No país, como um todo, em 2017, Os dois motivos mais apontados pelas pessoas que não acessaram a Internet também foram, respectivamente, não saber usar (38,5%) e falta de interesse (36,7%). Os custos foram apontados por 18,2% dos não usuários e por último vinha a indisponibilidade do serviço, citada por 4,9%.
Indisponibilidade do serviço
Na Bahia, em 2017, 71,4% da população de 10 anos ou mais de idade tinham telefone celular para uso pessoal, o que equivalia a 9,5 milhões de pessoas. O número teve um leve crescimento em relação a 2016, quando 69,7% tinham celular (9,2 milhões em números absolutos).
Apesar do crescimento no contingente dos que têm telefone celular, o estado ainda está abaixo da média nacional nesse indicador. No Brasil, 78,2% das pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham celular em 2017 (141,6 milhões), percentual também levemente superior ao de 2016 (77,1%).
O custo do aparelho continuava a ser, em 2017, o principal motivo alegado pelos baianos para não ter celular: cerca de 1 em cada 3 pessoas que não tinham celular no estado afirmava que isso se devia ao preço do aparelho ou do serviço de telefonia móvel (32,7% ou 1,2 milhão de pessoas).
Em seguida, muito próximos um do outro, vinham os seguintes motivos: falta de interesse em ter telefone móvel celular (citado por 18,8% dos que não tinham celular em 2017, na Bahia); costumavam usar o telefone móvel celular de outra pessoa (18,6%); e não sabiam usar telefone móvel celular (17,9%).
O motivo menos citado para não ter celular, no estado, continuou sendo em 2017 a indisponibilidade do serviço de telefonia móvel, mencionada por 4,3% dos que não possuíam o aparelho, ou 165 mil pessoas de 10 anos ou mais, na Bahia.
Apesar de o percentual ser relativamente baixo e de ter caído em relação a 2016 (quando era de 6,2%), o número absoluto de pessoas que afirmam não ter celular por dificuldades na oferta do serviço de telefonia no estado manteve-se como o segundo maior do país, abaixo apenas do verificado no Pará (177 mil pessoas).
No Brasil como um todo, das 39,4 milhões de pessoas que não tinham telefone móvel celular para uso pessoal em 2017, 28,0% alegaram que o aparelho telefônico ou o serviço era caro; 23,2% que costumavam usar o telefone móvel celular de outra pessoa; 21,3% que tinham falta de interesse em ter telefone móvel celular; e 19,4%, que não sabiam usar telefone móvel celular. A indisponibilidade do serviço foi citada por 2,3%.