Laiane Cruz
Foi realizado na manhã desta segunda-feira (10) um encontro entre empresários, a direção do Centro Industrial do Subaé (CIS), o deputado Zé Neto e o prefeito Colbert Martins, para discutir a proposta de transformação do CIS em uma diretoria vinculada à Superintendência de Indústria e Comércio do governo do estado.
De acordo com o prefeito Colbert Martins, a perda do CIS é importante para o desenvolvimento industrial, não só de Feira de Santana, mas também São Gonçalo, Conceição da Feira, Amélia Rodrigues e mais 15 cidades.
“Vamos participar da forma que pudermos. Eles estão com problemas em relação à iluminação, lixo, manutenção da própria sede. Feira de Santana precisa trabalhar cada vez mais regionalmente, e o deputado Zé Neto propôs na discussão de reativar a Região Metropolitana e vamos fazer. Agora a questão não é somente a luz, o lixo, a questão é a política industrial que Feira de Santana vem perdendo”, afirmou.
Segundo ele, cerca de 79 empresas estão planejando de instalar em Feira de Santana e tem que ter técnicos pra fazer essa análise. “Quem recebe 75% do ICMS se essas empresas se instalarem é o governo do estado. A prefeitura vai receber 25%. Então a responsabilidade maior continua sendo do governo do estado”.
Colbert informou que amanhã haverá uma votação na sede da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb). “Se até a Conder iria ser extinta e não vai mais, porque não o Centro Industrial do Subaé. Tem a Sudic em Salvador, que ninguém está defendendo, mas o CIS é responsabilidade nossa. Se nós criamos uma agência de desenvolvimento regional, que foi uma das propostas que fiz em nome do secretario Antônio Carlos Borges Júnior, é uma alternativa. O importante é que a gente traga para cá capacidade de análise e atração de projetos.”
O deputado estadual Zé Neto ressaltou que o CIS não será extinto, mas sim passará por uma transformação.
“O CIS está sendo transformado em uma diretoria da Superintendência de Indústria e Comércio. Deixará de ser uma autarquia para ser uma diretoria com escritório em Feira. A funcionalidade será a mesma, porém com um tamanho menor e funcionando em dois turnos. Hoje temos 39 pessoas trabalhando em um turnão, quando podemos ter menos pessoas trabalhando nos dois turnos. Isso nós vamos propor às pessoas que estão lá e vamos ver como a gente arranja uma condição de diminuir o impacto na questão da demissão de pessoas. Vamos criar uma diretoria funcionando o dia todo, com escritório contendo todo o aparato de fomento, fazendo a mesma coisa”, explicou.
Zé Neto sustentou que o CIS como diretoria não perderá sua autonomia. “Eu disse a eles que não se preocupassem com o resultado prático da criação da diretoria e eles entenderam a proposição junto com o município e vamos levar ao governo. Vamos criar um núcleo de atendimento no CIS, englobando a região metropolitana, onde os municípios da região possam se reunir e também fazer com que o município tenha uma condição de participar desse processo de política industrial de forma mais direta. E o município arcaria, evidentemente, com as despesas de limpeza, segurança, o que reduziria custos para o estado e não fecharia aquele espaço, já que a gente ainda não definiu onde será o funcionamento dessa diretoria em Feira”, disse.
O secretário municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Borges Júnior, pontuou na reunião que não adianta só o prefeito de Feira sentar e definir algumas ações, porque o CIS abrange outras cidades.
“Nós temos que ter algumas ações regionais, o CIS foi sempre atração de investimentos, geração de riqueza, de empregos, mesmo porque quando se coloca uma empresa em qualquer lugar dentro do Centro Industrial, quem ganha é Feira. Isso gera emprego na região, as pessoas vêm comprar em Feira de Santana, então no momento que a gente perde essa interlocução com o estado dentro de uma autarquia, a gente perde o poder de trazer mais investimento, de trazer o empresário para nossa cidade”, destacou.
Ainda para o secretário, a transformação do CIS em diretoria é um equívoco. “Temos que olhar Feira para 2030. Hoje é Feira para o futuro, e a gente está dando um tiro no pé de um órgão que sempre foi fomentador de negócios, desenvolvimento, articulação e geração de empregos para a região. Então eu acho que com o fechamento da autarquia perde Feira e toda a região.”
Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.