Os países católicos, ao festejarem a data do Natal, utilizam várias tradições natalinas como: canções, ceia e árvore de Natal, e, em especial, o presépio. O termo presépio vem do latim “praesaepe” com o significado de estrebaria, curral, estábulo. Foi num destes espaços que nasceu a figura, real e histórica, conhecida para a prosperidade com o nome de Jesus.
O PRESÉPIO é uma das representações mais singelas do nascimento de Jesus Cristo. Procura resgatar a importância daquele momento que nos lembra a forma simples e humilde em que se deu o seu nascimento. A presença do menino Jesus naquele estábulo, ao lado de seus pais, tendo por testemunhas os pastores e os animais e recebendo a visita dos Reis Magos, guiados à gruta pela estrela de Belém, mostra a grandeza de Jesus, representada na fragilidade de uma criança.
ESSA REPRESENTAÇÃO foi criada por São Francisco de Assis em 1223. Ele montou em uma gruta, na floresta da região de Greccio, (Itália), a encarnação do nascimento de Jesus. O povo foi convidado para a missa e ao chegarem à gruta encontraram a cena do nascimento vivenciada por pastores e animais. Iniciou-se, assim, uma longa tradição popular que ainda hoje conserva seu valor para a evangelização.
NO BRASIL, a cena do presépio foi apresentada pela primeira vez aos índios e colonos portugueses em 1552, por iniciativa do padre José de Anchieta. E se, passados tantos séculos, o presépio continua sendo, depois da missa, a celebração mais digna do Natal, é porque um gênio de poeta e santidade o imaginou para, de modo bem didático, relembrar a todos o supremo gesto de amor de Jesus.
O PRESÉPIO foi organizado por São Francisco para visualizar, sensibilizar, facilitar a meditação da mensagem do nascimento de Jesus Cristo, que nasce na pobreza, na simplicidade, para fazer as pessoas mais humanas. Cada figura tem seu conteúdo evangelizador. Os personagens, o mundo animal e vegetal, se unem na contemplação do nascimento de Jesus. Os reis Magos são lembrados como um símbolo da união dos povos: Gaspar, o negro, Melchior, o branco e Baltazar, o asiático. “Fazer presépios é unir mundos”.
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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