Acorda Cidade
O mercado imobiliário já pode se preparar para colocar mais imóveis à venda se as tendências se concretizarem. Após um período de baixa, principalmente de 2013 a 2018, o setor tem boas perspectivas para o ano que vem. O cenário macroeconômico colabora para essa análise: a taxa de juros deve ficar em 8%, enquanto a inflação entre 3 ou 4% — patamares considerados baixos. Aliadas a uma facilidade na obtenção de crédito para a construção e aquisição de imóveis, o mercado deve ficar aquecido.
Em algumas regiões, no entanto, essa recuperação pode demorar um pouco mais para engrenar. No Rio de Janeiro, por exemplo, há uma complicada situação financeira e uma incerteza política em relação aos movimentos do governo no estado. Todo esses aspectos colaboram para uma maior indefinição sobre o cenário imobiliário na região.
Além dos juros baixos e inflação controlada, outras medidas adotadas em 2018 contribuirão para um maior aquecimento do setor. Em agosto de 2018, a Caixa Econômica Federal anunciou a redução das taxas mínimas de juros em imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH), de 9% para 8,5%. Os imóveis do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) tiveram redução nas taxas de 10% para 9,5%.
Quem quiser adquirir um imóvel usado agora tem um maior limite de financiamento. Antes, as pessoas só podiam financiar até 70% do valor do imóvel. Recentemente, esse número aumentou para 80%. Dessa forma, é possível dar um menor valor de entrada, fato este que incentiva a compra de casas e apartamentos. Junto com essas medidas, a Caixa também disponibilizou R$ 20 milhões em recursos para financiamento.
Períodos de altos e baixos
O Brasil passou por um boom imobiliário entre 2008 e 2012, indo na contra mão de outros países, principalmente dos Estados Unidos, com a crise da bolha imobiliária. De acordo com o Banco de Compensações Internacionais (BID, na sigla em inglês), a valorização imobiliária brasileira chegou a 121% durante esse período. A partir de 2013, no entanto, a maré mudou.
O mercado ficou desaquecido, culminando em uma pior crise a partir de 2015. As crises econômicas e políticas acertaram em cheio o mercado imobiliário. Com esse cenário, houve retirada de dinheiro das cadernetas. Acontece que esse montante é utilizado para financiamento imobiliário.
Depois dessas turbulências, o setor demonstrou sinais de recuperação em 2018. Mas é só no final deste ano e início de 2019 que os especialistas esperam alguma melhora efetiva. Também apostam em medidas de controle fiscal executadas pelo presidente eleito.