Rachel Pinto
O prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, explicou em entrevista ao Acorda Cidade o motivo de não repassar o imposto sindical para os professores da rede municipal de ensino esse ano de 2018. Segundo ele, a prefeitura está seguindo as determinações da Reforma Trabalhista e não tem a obrigação de repassar a contribuição. Colbert frisou que os professores têm o livre arbítrio de fazer o pagamento do imposto diretamente com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (APLB)
“Até o ano anterior era uma lei que obrigava esse repasse e a partir desse ano com a reforma trabalhista não é mais obrigado. Realmente houve uma solicitação por parte do sindicato para que a prefeitura pudesse recolher como fazia sempre, mas eu entendi que está na hora de obedecer aos novos momentos. Mesmo com autorização dos professores, eu não tenho obrigação de fazer. Não preciso conversar com o sindicato, é uma autorização que eu posso cumprir ou não”, declarou.
Marlede Oliveira, presidente da APLB, relatou que ficou surpresa com a atitude do prefeito e, para ela, o governo municipal está fazendo retaliação com o sindicato que representa uma categoria de trabalhadores de luta, aguerridos e que não abaixam a cabeça.
“Nós fizemos uma assembleia no dia 6 de março para pegar da categoria a autorização para o imposto sindical que é o valor um dia de trabalho do professor. Agora pela lei só pode descontar se for autorizado em assembleia pelos trabalhadores. A categoria autorizou esse desconto e desde março estávamos aguardando o repasse. O procurador do município deu um parecer favorável e em outubro houve o desconto. A partir daí ficamos aguardando e não foi repassado para a entidade. Para surpresa maior, agora em novembro detectamos que o prefeito descontou em outubro, passou um mês negociando com o dinheiro dos trabalhadores e veio devolver agora em novembro. Eu sou diretora da entidade e tenho que cumprir as determinações que foram aprovadas em assembleia. O prefeito está tomando uma atitude de inimizade com os trabalhadores”, disse.
Marlede afirmou também que a categoria não abrirá mão do pagamento do precatório e da reformulação do plano de carreira. De acordo com ela, se a prefeitura não cumprir as suas pendências com os professores, o ano letivo de 2019 não será iniciado.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.