Educação

Jovens priorizam celular e diminuem diálogo cara a cara, diz pesquisa

Adolescentes entre 13 e 17 anos são 32% dos que preferem conversar pessoalmente.

Bárbara Maria

A maioria das pessoas já se sentiu desconfortável em um ambiente que ninguém desgrudava do celular. Situações como essa tornam-se ainda mais comuns quando falamos da geração Z – indivíduos que nasceram entre 1992 e 2010, ou seja, após o surgimento da internet. De acordo com uma pesquisa da instituição norte-americana Common Sense Media, a maioria dos adolescentes de hoje prefere interagir via mensagens de texto ao invés do bom e velho cara a cara.

O estudo contou com a participação de adolescentes entre 13 e 17 anos – estudantes da educação básica – e revelou que apenas 32% deles preferem conversar pessoalmente. Em 2012, época do primeiro estudo, essa proporção era de 49%. E embora quase 70% dos adolescentes tenham reconhecido que não conseguem largar o celular durante uma reunião social, 44% deles disseram que se sentem incomodados quando outras pessoas fazem o mesmo.

Mesmo com esse resultado, voltar a viver uma época sem redes sociais é o desejo de mais de dois terços dos entrevistados. Na opinião dos mesmos, as mídias trazem malefícios para pessoas dessa idade. A psicóloga Daniela Alves tem um pensamento parecido. Segundo ela, o uso da internet facilita muito a vida de um indivíduo, mas traz consigo várias consequências, entre elas, problemas de ordem emocional, comportamental e psicossocial.

Daniela acredita que, com o uso exagerado da internet, os jovens deixam de experimentar uma vida real para mergulhar em uma ilusão. “Essa tendência é prejudicial porque pode provocar uma solidão coletiva, desconexão das relações interpessoais, supervalorização de relacionamentos superficiais e até uma desregulação emocional que pode desencadear alguma morbidade”, alerta.

Para casos de dependência tecnológica, a psicóloga informou que a terapia é o principal tratamento. E quando a depressão e a ansiedade estão em paralelo é necessário também uma intervenção psiquiátrica. Em relação ao papel da psicologia, Daniela citou: “Nesses casos, a psicologia ajudar na regulação emocional desses jovens, trabalhando a autoestima para elevar a satisfação pessoal e aumentar a sensação de segurança diante das relações interpessoais”, concluiu a psicóloga que sabe fazer bom uso das redes sociais para divulgar seu trabalho no Instagram intitulado @psicologa.danielaalves.
 

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