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Agência Brasil – Menos de uma semana após a morte da irmã gêmea, com quem nasceu unida pelo tórax, a pequena Catarina, que estava internada na Maternidade Climério de Oliveira, em Salvador, teve alta médica nesta segunda-feira (12). Desde que nasceu, em 22 de agosto, a pequena tem morado em diferentes hospitais. A informação da alta médica foi divulgada pela mãe, a consultora de vendas Viviane Menezes.
"Estou feliz da vida por ter a oportunidade de ver minha filha bem e poder levá-la para casa hoje. Estou radiante, mas, por outro lado, também estou triste por não estar levando as duas", disse.
Até por volta das 14h30, Viviane e a filha ainda continuavam na unidade de saúde se preparando para ir para casa. "Estamos só ajeitando alguns documentos para podermos ir embora, depois de muitos dias de luta", afirmou.
Débora, a irmã de Catarina, morreu no dia 6 de novembro, em decorrência de complicações no quadro de saúde. Ela sofria com problemas cardíacos e hidrocefalia e já tinha sido submetida a três cirugias. A garotinha estava em recuperação também na Maternidade Climério de Oliveira.
O último procedimento médico ao qual Débora foi subetida ocorreu no dia 19 de outubro, quando foi realizada na criança a implantação de uma válvula cardíaca para melhorar a frequência dos batimentos do coração, a respiração e para possibilitar a retirada da intubação endotraqueal – para que ela pudesse respirar sem ajuda de aparelhos.
Após a morte de Débora, Viviane e o companheiro, Marcos Menezes, agradeceram pelo carinho que receberam das pessoas que acompanham o caso desde o nascimento das gêmeas. Na ocasião, Viviane afirmou que a filha "foi uma guerreira desde o início".
Caso
A mãe das gêmeas é moradora de Salvador. O parto, no entanto, ocorreu no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, no dia 22 de agosto, porque a cidade possui um centro de referência para casos de siameses. As gêmeas Catarina e Débora nasceram unidas pelo tórax e barriga.
Além do procedimento de separação da irmã e de uma cirurgia cardíaca, Débora também já tinha sido submetida a uma cirurgia para tratar quadro de hidrocefalia, doença que provoca o acúmulo de água no cérebro, no dia 20 de setembro.
Após o nascimento, as meninas passaram por um procedimento cirúrgico para separação que durou cerca de 4h30 e contou com a participação de 15 profissionais na mesma unidade médica.
As irmãs nasceram na 37ª semana de gestação e compartilhavam apenas o fígado. Juntas, as duas pesavam, no momento do nascimento, 4,785 quilos. Logo após o parto, elas foram encaminhadas para a UTI Neonatal. Nos dias 15 e 16 de setembro, elas foram transferidas para duas unidades médicas de Salvador.
Fonte: G1