Acorda Cidade
Encarar uma rotina de horas sentado em uma cadeira de ambulatório, por três ou quatro dias da semana, não é nada fácil para quem faz hemodiálise. Para tentar tornar essa luta um pouco mais fácil, a equipe da Clínica Senhor do Bonfim (CSB), em Feira de Santana, resolveu apostar em brincadeira e muita dança.
Em um vídeo realizado na unidade que atende convênios – o CSB também recebe pacientes pelo Sistema único de Saúde (SUS) em outro prédio – que viralizou na internet, médicos, enfermeiros e pacientes se divertem e dançam ao som da música Guitarrinha (Solta a Pisadinha), música que faz sucesso nas redes sociais pela coreografia coletiva. A ideia surgiu após o Hospital do Rim, em Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, fazer uma gravação no mesmo estilo.
“Nós vimos nas redes sociais um desafio no Nordeste dessa pisadinha e os pacientes gostaram. Eles sugeriram que a gente fizesse e nós acatamos. Eles passam muitas horas na máquina de hemodiálise, então a gente também quis trabalhar esse tempo ocioso, trazer alegria para eles. É humanização, é bom para amenizar o psicológico deles. Ficamos muito surpresos com a repercussão nas redes sociais”, conta Juliana Borges, assistente social do setor de hemodiálise do CSB.
O vídeo foi gravado na quinta-feira passada (1º) e já chegou a 121 mil visualizações no perfil oficial da clínica no Facebook. Um outro internauta, desconhecido pela equipe da clínica, também compartilhou o vídeo e, até a noite desta segunda-feira (5), já ultrapassou 20 milhões de visualizações, além de 372 mil compartilhamentos e 15 mil comentários. Usuários de países como Espanha, Itália e Arábia Saudita comentaram no perfil.
“Faço hemodiálise há 18 anos e foi muito bom. Aqui tem tantas pessoas que enfrentam esse problema e chegam aqui sem alegria nenhuma, sabe? Isso dá um ânimo”, conta.
A paciente, que sofre de refluxo vesicoureteral – condição anormal onde a urina, que vem dos rins e segue pelos ureteres até a bexiga, retorna para os ureteres -, se submete ao procedimento quatro vezes na semana, durante três horas.
Foto: Acervo Pessoal
“Já fiz dois transplantes que não deram certo e estou na luta de novo. É difícil, mas não pode desanimar. Venho toda maquiada, me arrumo e procuro sempre motivar outras pessoas, porque isso é muito importante em qualquer tratamento. Precisamos de amor, de carinho”, explica ela, que escreve um diário sobre a doença no blog Cara de Hoje.
Ela passou pelo primeiro transplante aos 13 anos, no Hospital Português, em Salvador, mas sua imunidade baixou e o rim parou de funcionar. O segundo foi no ano passado, no Hospital Samaritano, em São Paulo, mas uma trombose durante a cirurgia prejudicou a adaptação do órgão.
Fonte: Correio 24h