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Com 55% dos votos válidos, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito o novo presidente do Brasil neste domingo (28), depois de uma campanha marcada pela mobilização social e pela força das redes sociais. Agora, as especulações giram em torno da composição do próximo governo e de quais serão as primeiras medidas tomadas por Bolsonaro na presidência.
O professor e cientista político da Universidade de Brasília Leonardo Barreto, por exemplo, explica que já se pode esperar do governo Bolsonaro uma tentativa rápida de criar uma agenda de estímulo para a economia por meio de Reformas econômicas.
Na avaliação do especialista, a aprovação de reformas como a da Previdência e a Tributária pode ser um grande desafio para o novo governo, porque toda reforma enfrenta interesses políticos já consolidados.
“É difícil escapar de uma agenda de reformas, no caso do Bolsonaro, existe uma influência muito importante de economistas liberais e alguns setores do mercado financeiro e setor produtivo de promover algumas reformas que abram espaço fiscal no orçamento. Desregulamentação de negócio para que as pessoas tenham uma facilidade maior de fazer negócios, talvez uma redução do imposto de renda para pessoa jurídica para estimular as empresas a fazer investimentos. Toda uma agenda que ajude esse cenário de investimentos”.
Já o cientista político Eduardo Grin, da Fundação Getúlio Vargas, lembra que Bolsonaro prometeu reduzir o número de ministérios existentes, com o objetivo de diminuir gastos desnecessários do Estado. Nesse sentindo, Eduardo acredita que o ex-militar enfrentará algumas dificuldades, principalmente em relação à unificação do Ministério do Meio Ambiente e da Agricultura.
“Há um primeiro desafio no curto prazo que será como ele vai fundir ministérios, porque a fusão de ministérios não é simplesmente juntar duas ou três áreas. Significa mudanças orçamentárias, mudanças de política pública, várias diretorias e áreas que hoje são responsáveis por um conjunto de programas que em curto prazo vai abrir um período de fusão, mantida essa promessa de fundir os ministérios”.
O cientista político Antonio Flavio Testa acredita que Bolsonaro já vai, desde agora, decidir qual será sua bancada aliada no Congresso. Além disso, Testa lembra que o presidente eleito já pode tomar iniciativas que envolvem articulações no poder Executivo.
“Ele terá condições de propor algumas mudanças porque sua equipe técnica já está trabalhando há vários meses, levantando informações e redirecionando a possibilidade do presidente tomar algumas medidas. As medidas que o presidente pode tomar é no âmbito executivo. Ele pode reorganizar as secretarias de governo, pode redirecionar ação do executivo, eliminar medidas que são superpostas que geram muita burocracia, muito trabalho. E isso tudo ele pode fazer nesses três meses sem se envolver com o Congresso.”
Para Leonardo Barreto, Bolsonaro precisa se aproveitar da popularidade com que foi eleito neste domingo para tomar decisões rápidas e efetivas no início de governo.
“A popularidade é o grande ativo dele na negociação com o Congresso. Então ele tem que colher resultados rápidos daquilo que ele prometer. Ele tem duas questões fundamentais para o sucesso dele: escolher bem as prioridades nesse início de governo para aproveitar o capital político. E o segundo ponto é manter essa popularidade para continuar influenciando dentro do Congresso, escapar daquelas crises promovidas pelos seus oponentes por declarações desastradas, restabelecer um bom diálogo com a imprensa, promover uma conciliação entre as agendas setoriais, uma da economia e uma pro país, restabelecer um novo equilibro”.
Jair Messias Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos populares. Em seu discurso de vitória para emissoras de TV, neste domingo (28), o presidente eleito garantiu que seu governo vai respeitar a Constituição e que a liberdade é um princípio fundamental.