Cíntia Moreira
A menos de uma semana para as eleições do segundo turno, uma das preocupações dos brasileiros gira em torno de como ficará a educação do país. Os candidatos à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) apresentam propostas distintas para o assunto.
Segundo o plano de governo de Bolsonaro, o intuito é dar um salto de qualidade na educação com ênfase na infantil, básica e técnica, sem doutrinar. Além disso, o candidato afirma que o conteúdo e método de ensino precisam ser mudados, invertendo a pirâmide. Ou seja, “o maior esforço tem que ocorrer cedo, com a educação infantil, fundamental e média”. De acordo com ele, “quanto antes nossas crianças aprenderem a gostar de estudar, maior será seu sucesso”.
No primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República de 2018 da TV Band, Bolsonaro defendeu que as escolas militares seguem sendo exemplo de uma educação de qualidade.
“As escolas militarizadas – eu tive em uma delas – e ela foi construída em um local perto de uma comunidade muito pobre e violenta. Então, aqui a disciplina entrando na escola, o percentual dessa garotada que consegue acesso ao nível superior é muito acima das demais escolas públicas e particulares. Então, a hierarquia e disciplina, no meu entender, tem que se fazer presente, restabelecendo a autoridade, invertendo esta pirâmide de gastos, nós podemos atingir o objetivo final, que é dar uma educação de qualidade para a garotada do Brasil.”
O plano de governo de Bolsonaro diz também que a educação à distância deveria ser vista como um importante instrumento e não vetada de forma dogmática. Segundo o candidato, a educação à distância deve ser considerada como uma alternativa para as áreas rurais, pelo fato de ser mais difícil ir para as aulas presenciais.
Já o programa do candidato Fernando Haddad (PT) tem propostas mais claras no que se refere a educação. Em seu plano de governo está escrito que ele pretende reforçar a proibição legal para a educação a distância no ensino fundamental.
Outra proposta do presidenciável é ter uma forte atuação na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica, na reformulação do ensino médio e na expansão da educação integral. É o que explicou Haddad em um debate do G1, em conjunto com a rádio CBN.
“Nós precisamos corrigir o orçamento das federais. Com pouco dinheiro, a gente consegue concluir as obras faltantes. Dá para atender muito mais alunos nas federais, porque a infraestrutura está pronta. Mas nós temos que colocar a atenção no ensino médio. Nosso foco é melhorar as condições do ensino médio, que não reagiu aos estímulos criados.”
O plano de Haddad também prevê a criação de novo padrão de financiamento, visando progressivamente investir 10% do PIB em educação, conforme a meta 20 do Plano Nacional da Educação (PNE). No que se refere a educação infantil, na perspectiva da educação integral, Haddad pretende retomar intensamente a colaboração com municípios para ampliação com qualidade das vagas em creches, além de fortalecer as políticas voltadas para a pré-escola.
No ensino fundamental, o candidato quer realizar ajustes na Base Nacional Comum Curricular, em diálogo com a sociedade, para alinhá-las às Diretrizes Nacionais Curriculares e ao PNE.
Além disso, o plano de governo de Haddad pretende assegurar que todas as crianças apresentem as habilidades básicas de leitura, escrita e matemática, assim como os conhecimentos necessários no campo das ciências naturais e ciências humanas até os 8 anos ou até o final do 2º ano do Ensino Fundamental.
O segundo turno das eleições ocorre no próximo dia 28 de outubro em todo o Brasil e mais 99 países.