Saúde

Alcoolismo apressa divórcio, diz estudo da Universidade de Indiana (EUA)

Quando casados, homens e mulheres alcoólatras têm duas vezes mais risco de se separar. O levantamento também constatou uma proporção maior de homens com o problema: 23%, contra 8% de mulheres.

Acorda Cidade

Quem abusa do álcool demora mais para se casar. E, depois da união consolidada, divorcia-se mais rápido. Essa é a conclusão de um estudo desenvolvido pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, que analisou o consumo de bebidas e as relações matrimoniais de mais de 5 mil pessoas.

Segundo o advogado Gustavo Bassini, vice-presidente da Associação Brasileira dos Advogados de Família (Abrafam), o abuso de álcool e outras drogas é um problema também para os casais do País. “É um dos principais motivos de divórcio. E, nos últimos quatro ou cinco anos, percebi um aumento de até 300% em casos desse tipo”, diz.

De acordo com a pesquisa, a dependência entre as mulheres está associada a um risco 23% maior de não se casar até os 30 anos – para os homens, esse índice é de 36%. Quando casados, homens e mulheres alcoólatras têm duas vezes mais risco de se separar. O levantamento também constatou uma proporção maior de homens com o problema: 23%, contra 8% de mulheres.

A pesquisadora Mary Waldron, uma das autoras, afirma que esse é o primeiro projeto relacionado ao assunto que analisa uma gama tão variada de faixas etárias. No início do recrutamento, em 1980, os voluntários tinham entre 28 e 92 anos. Eles foram acompanhados por cerca de 10 anos.

Bassini conta que 25% dos casos de divórcio atendidos em seu escritório de advocacia estão relacionados ao consumo abusivo de álcool e drogas por um dos parceiros. Em 80% das ocorrências, o parceiro problemático é o homem. Em situações como essa, a separação acaba em briga judicial.

“Após várias tentativas de curar o cônjuge e internações em clínicas, a mulher acaba desistindo do marido.” Então, entra com o pedido unilateral de divórcio e, muitas vezes, a outra parte nem responde ao processo. “Nessa fase, a pessoa não tem interesse em nada a não ser consumir a bebida", destaca.

Para a psicóloga Vânia Patrícia Teixeira Vianna, da Unidade de Dependência de Drogas (Uded) do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o alcoolismo é um grande fator de risco para o relacionamento familiar. “Não se pode dizer que ele é o único, mas é um dos elementos que podem levar a desentendimentos e à separação precoce”, explica.

Patrícia acredita que é importante estar atento aos sinais de alerta para o consumo exagerado. Constatados os fatores de risco, o ideal é procurar ajuda de um profissional especializado. Na Uded, é possível participar da triagem para tratamento pelo telefone (11) 5549-2500.

Sinais de alerta

Um desses fatores, isolado, não caracteriza alcoolismo, mas a associação entre eles pode indicar um comportamento de risco:

– A pessoa, que antes bebia só aos finais de semana, passa a beber quase todos os dias;

– Começa a faltar em compromissos por causa da ressaca;

– Desenvolve problemas de saúde potencializados com o uso de álcool, como gastrite ou úlcera;

– Passa a frequentar só lugares com bebidas (por exemplo, deixa de ir a uma festa infantil porque lá não haverá álcool);

– Faz várias tentativas de beber menos, mas não consegue cumprir suas metas. As informações são do Estadão

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