Saúde

Pediatras se manifestam oficialmente contra cenas de consumo de bebida por gestante, exibidas em Segundo Sol

No Documento são detalhados os problemas relacionados ao consumo do álcool durante as gestações e a importância da prevenção.

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A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) encaminhou nesta segunda-feira (15) um ofício ao diretor do Núcleo de Dramaturgia da Rede Globo, Silvio de Abreu, com um pedido de reparação por parte da emissora que, na última semana, exibiu cenas onde uma das principais personagens da novela Segundo Sol – Rosa (Letícia Colin) – ingere grande quantidade de bebida alcoólica, apesar de estar grávida.

Confira a íntegra do ofício e da nota enviada a TV Globo

No documento, assinado pela presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva, são detalhados os problemas relacionados ao consumo do álcool durante as gestações e a importância da prevenção. Nesse sentido, pede-se à TV Globo que dentro da mesma novela seja oferecido o devido esclarecimento e estimuladas as práticas preventivas que podem evitar o aparecimento de manifestações da Sindrome Alcoóolica Fetal (SAF), diretamente decorrente dessa ação.

A SBP recomenda ainda à emissora que, de forma geral, ao tratar de temas que tenham relação com a infância e a adolescência, em todas as suas fases, orientem seus autores à responsabilidade de abordá-los em acordo com práticas saudáveis ou, então, apontando caminhos para superação de eventuais problemas.

Para a entidade, mesmo sendo uma obra de ficção, uma novela, como Segundo Sol, ao mostrar cenas como da embriaguez de Rosa (exibida em 12 de outubro), pode "confundir e influenciar a população, estimulando posturas impróprias, com graves consequências para a saúde e o bem-estar dos fetos e recém-nascidos". 

No texto enviado a Silvio de Abreu, autor de novelas como Guerra dos Sexos, Rainha da Sucata e Sassaricando, a SBP reitera que o consumo de álcool por mulheres gestantes é totalmente desaconselhado em qualquer fase da gestação e em qualquer quantidade de bebida. Segundo os especialistas, estudos científicos comprovam que essa prática aumenta de modo considerável o risco de o bebê apresentar malformações congênitas, como alterações faciais, atraso no crescimento, alterações em diferentes órgãos, sistemas e aparelhos, principalmente no sistema nervoso central e desordens de comportamento.

Os pediatras explicam que esse conjunto de alterações é denominado Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), cuja ocorrência faz com que as crianças atingidas possam ter dificuldades na aprendizagem, de memória, na fala, na audição e a incapacidade de resolver problemas, dentre outros. Já quando adolescentes e adultos podem apresentar desordens psiquiátricas e resistência à seguir normas, inclusive legais.

Também com foco no bem estar individual e coletivo, a SBP informa, por meio de sua nota, que mantém em seu site uma página com dicas importantes (http://www.sbp.com.br/especiais/saf/). "Assim, considerando as implicações relacionadas a esse comportamento inadequado para a criança, a mulher e a saúde em geral, convidamos todos os brasileiros a se informar sobre o tema e a divulgar as medidas de prevenção", alerta a nota da Sociedade Brasileira de Pediatria.  

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