Segurança no trabalho

Redução de acidentes em empresas na BA é reflexo de investimento em segurança no trabalho

Entre 2015 e 2017, o índice de ocorrências nas companhias do estado diminuiu mais de 11%

Marquezan Araújo

Na Bahia, o volume de acidentes dentro das empresas caiu nos últimos anos e, para a gerente de Segurança no Trabalho do Ssesi-BA, Maria Fernanda Torres, isso é reflexo dos investimentos nas áreas de saúde e segurança no trabalho.

Dados da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda (SPrev) apontam que entre 2015 e 2017, o índice de ocorrências nas companhias diminuiu mais de 11%, chegando a 16.332 casos no último ano.

Na avaliação de Maria Fernanda, a promoção dessas políticas também contribui para o aumento da produtividade. “Saúde e segurança é um investimento para a empresa que tem um ambiente mais seguro e saudável vai ter colaboradores mais produtivos,” afirma.

“Eu atribuo a uma maior conscientização por parte das empresas. Com essa sensibilização, com esse entendimento melhor dos empresários, com a questão do investimento em SST (Segurança e Saúde no Trabalho), a gente percebe claramente a redução dos acidentes e de doenças ocupacionais no ambiente de trabalho”, completa a gerente.

Segundo o consultor na área de Segurança do Trabalho, Antônio Carlos Vendrame, o investimento em SST pode significar, além da redução do impacto previdenciário, a diminuição de taxas pagas pelas empresas. “Se o meu desempenho coletivo com outra empresa também for bom, o meu seguro de acidente de trabalho também tende a cair”, afirma.

“É um universo muito grande de aumento e redução de imposto que eu posso ter. Imagina, 17,5% da folha de pagamento, quanto dinheiro que não significa e eu podendo manipular isso de forma a reduzir essas condições”, completa Vendrame.

Segundo dados de uma pesquisa feita Serviço Social da Indústria (SESI), de 500 médias e grandes empresas ouvidas no balanço, 48% delas acreditam que ações para aumentar a segurança no ambiente laboral e promover a saúde de trabalhadores reduzem as faltas ao trabalho. Para 43,6%, esses programas aumentam a produtividade e 34,8% apontam que essas ações diminuem despesas.

Setor da Indústria

De acordo com Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, o setor industrial se mostrou eficaz na redução do número de acidentes de trabalho. Os últimos dados da SPrev revelam que em algumas atividades industriais, como a indústria de transformação, por exemplo, a quantidade de acidentes caiu 40,9% entre 2007 e 2016. Na extrativista o recuo foi de 33,6%.

Além disso, entre 2007 e 2015, a taxa acidentária (típicos apenas) apresentou recuou de 27,9%. Outro fator que mostra o bom desempenho da indústria é a relação do número de empregados formais, que cresceu 20,7%, com o de acidentes típicos, que ao mesmo tempo registraram queda de 21,9%.

O assunto também é abordado em estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O projeto, que é composto por um grupo de propostas encaminhado aos candidatos à Presidência da República, recomenda uma discussão sobre o investimento em segurança e saúde no trabalho.

De acordo com o balanço, é necessário que o serviço médico da empresa, por exemplo, possa subsidiar a perícia médica do INSS. A medida, segundo a Confederação, aumenta a transparência do processo e dá maior efetividade à decisão do perito, que terá informações complementares. Isso poderia gerar um impacto direto na redução de custos previdenciários.

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