Polícia

Mãe presta queixa após comerciante agredir filha de 17 anos: 'Foi um crime de homofobia'

Adolescente estava parada no portão de uma casa quando homem apareceu e a agrediu com um cone.

Laiane Cruz

A mãe de uma adolescente de 17 anos prestou queixa no Complexo de Delegacias de Feira de Santana, no bairro Sobradinho, após a filha ter sido agredida por um comerciante com um cone. O caso ocorreu na última segunda-feira, por volta das 16h30, no bairro Gabriela.

A mãe da estudante informou em entrevista ao Acorda Cidade que a garota estava com mais três amigas passeando e foram comprar um sorvete. Ao retornarem para a casa de uma delas, a vítima teria ficado em pé no portão à espera das amigas, que entraram para pegar as mochilas, quando um homem apareceu e começou a agredir a jovem.

A mãe da adolescente acredita que o crime se tratou de homofobia, pois as garotas são homossexuais.
“Simplesmente ela estava passeando com mais três amigas, todas quatro são homossexuais. Foram comprar um sorvete, voltaram e ao chegar à residência de uma delas, elas entraram para pegar a mochila e minha filha ficou do lado de fora, porque já estava com a mochila, quando um senhor apareceu, perguntou por um cone que estava na casa ao lado, minha filha informou que não sabia do que se tratava, pois ela não morava lá. Ele então pegou o cone e começou a golpeá-la na cabeça e em vários locais”, informou a mãe.

Ela contou que, quando a filha estava quase desmaiando, percebeu que o portão da casa estava aberto, conseguiu correr e entrar na casa. Então a mãe da colega que estava na residência e a vizinha saíram perguntando a respeito do agressor, até que localizaram o estabelecimento dele, que fica duas ruas após a casa onde a agressão ocorreu.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Quando foi perguntado ao homem por que ele agrediu a menor, ele simplesmente disse que ela sabia por que estava apanhando. Então pra mim, claramente, isso foi um crime homofóbico. Ele se ofendeu porque as meninas passaram abraçadas em frente ao estabelecimento dele. Mas eu não pude registrar a ocorrência como crime de homofobia, simplesmente porque ele não confessou o real motivo. Ele só usou o termo: ‘Ela sabe por que apanhou’”, relatou.

A mãe da vítima registrou a queixa, e dia 16 haverá uma acareação com a garota, a mãe e o agressor, na delegacia do Sobradinho.

“Quero que o Ministério Público entre porque minha filha é menor, tem 17 anos. Já recebi ligação de advogados querendo defender a causa, e eu vou até o fim. O que eu puder fazer pra nunca mais alguém passar por uma situação dessa eu vou fazer. Eu estou abatida até agora e quero justiça. As meninas não fizeram nada e mesmo que tivessem feito não era justificativa, pra você bater em uma adolescente com um cone”, desabafou.
 

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade. 

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